Os jornais internacionais destacaram em suas versões on-line a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil e a nomeação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para o cargo. Referindo-se a Palocci como "o homem forte de Dilma", muitos lembraram que a presidente Dilma Rousseff enfrenta a primeira grande crise, seis meses após assumir o governo. Todos os veículos destacam que esta foi a segunda queda de Palocci do cargo de ministro.
Sob o título de "Caiu Palocci, o homem forte de Dilma", o argentino "La Nación" diz que o petista foi obrigado a renunciar em meio às acusações, "o que significou um revés para a presidente Dilma Rousseff". O também argentino "Clarín" disse que, na realidade, o azar de Palocci tem certo conteúdo de voltagem política: "Nada há o que questionar sobre a multiplicação de sua fortuna que não mereça também a acusação dos mesmos políticos, todos eles parlamentares opositores, que condenam Palocci a priori".
O jornal Americano "The Wall Street Journal" disse que Palocci renunciou à Casa Civil para poupar Dilma de perguntas sobre o quanto o petista ganhou com a empresa de consultoria. Na mesma linha, o jornal "The Washington Post" diz que Palocci deixa o cargo para pôr fim a uma luta política que poderia prejudicar o governo da presidente Dilma.
O "The New York Times" lembrou os escândalos na Casa Civil - José Dirceu, Erenice Guerra e Palocci caíram -, dizendo que a própria Dilma foi a única a comandar a Pasta no governo Lula a não deixar o cargo. "Analistas políticos e líderes da oposição dizem que a crise sobre Palocci havia enfraquecido a relação de Dilma com o Congresso e sua imagem como líder", disse o jornal.
O espanhol "El País" afirmou que divulgar uma nota foi a fórmula escolhida por Palocci e por Dilma para pôr fim à crise, já que a continuidade do petista no governo seria difícil. "De acordo com analistas políticos, a saída de Palocci era inevitável, apesar de sua partida abrir a maior crise política da sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva desde que ela chegou ao poder em janeiro", escreveu a publicação.
O francês "Le Monde" diz que "Palocci não resistiu" e que suas explicações na TV foram insuficientes. "Instado a explicar, Palocci quebrou um longo silêncio na sexta-feira para dizer que suas atividades eram assunto estritamente privado e negou ter feito qualquer tráfico de influência. Mas, recusando-se a revelar os nomes de seus clientes, ele não convenceu", publicou o jornal.