Diante de novas suspeitas de irregularidades envolvendo as pastas da Agricultura e das Cidades, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, usou ontem um seminário do PT para transmitir recados da presidente Dilma Rousseff, e de seu antecessor, Lula, à base aliada.
A dirigentes e militantes,negou que a presidente tenha se tornado refém da imprensa e disse que ela não fará uma "varredura geral" baseada na mídia. Interlocutor do ex-presidente Lula, Carvalho trabalha para evitar que demissões em áreas comandadas pelo PR, PMDB e o próprio PT azedem a relação com aliados. Em sete meses, dois ministros caíram e pelo menos outras 21 pessoas foram demitidas suspeitas de envolvimento em irregularidades.
Na última semana, Lula tentou convencer a presidente a procurar siglas melindradas com a faxina.
"Sei que o Lula não dá nenhum passo que possa interferir na imagem do governo sem consultá-la. Da parte dela há uma noção de como o Lula pode ajudar sem que isso constitua uma ameaça", garantiu o ministro.
Numa espécie de desagravo ao PR, Carvalho sustentou que o ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes), presidente da sigla, pediu demissão por iniciativa própria. "Em momento algum ela simplesmente acreditou em uma reportagem e o demitiu. Foi iniciativa dele", disse. "Não tem predisposição para punir ou fazer varredura geral", acrescentou.