A presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira (29), durante inauguração da nova sede da Embaixada da Argentina, em Brasília, que a política externa entre Brasil e Argentina teve avanços "históricos" durante os governos dos ex-presidentes brasileiro e argentino, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, morto em outubro.
O novo predio da embaixada tem 4 mil metros quadrados construidos em um terreno de 25 mil metros quadrados doado pelo governo brasileiro, em 1968. A obra começou em 2009, durante o governo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner.
?Esta obra faz parte do legado que o presidente Kirchner e o presidente Lula deixaram para o Brasil e Argentina. Um legado em que nós mudamos o conceito das relações entre os nossos países. Estabelecemos a cooperação, o entendimento, a ação conjunta como regra, afastando todas as antigas e necessariamente indevidas propostas que afastavam o Brasil da Argentina?, disse Dilma.
Lula
Quebrando o protocolo de chefes de Estado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou e, ao lado de Dilma e Cristina Kirchner, disse que as duas vão ?mudar um pouco a política mundial?.
?Faço parte de uma geração que tem que agradecer a Deus todos os dias, porque não era imaginável, há pouco tempo atrás, que as duas maiores democracias da América do Sul fossem presididas por duas mulheres. Não porque são mulheres. Porque são mulheres especiais, militantes políticas, são políticas que têm lado, que sabem para quem estão governando. E sabem que as duas juntas terão mais força do que Kirchner e eu tivemos. As duas, no G-20, vão mudar um pouco a política mundial?, discursou Lula.
O ex-presidente fez o breve pronunciamento na condição de ?amigo? do ex-presidente argentino já falecido Nestor Kirchner, marido da atual presidente Cristina. ?Sou cristão e acredito que a vida não termina quando nosso corpo se vai. Acredito que tem outra vida. E acho que Kirchner, neste momento, deve estar pensando: "Pobre de mim e pobre do Lula porque a presidenta Dilma e a presidenta Cristina vão fazer história na América do Sul e na América Latina"?, afirmou Lula.
Lula disse ainda que os governos de Dilma e Cristina serão melhores se comparados ao governos dele e de Néstor Kirchner. ?Argentina e Brasil não querem ser melhores do que ninguém, não querem ser maiores do que ninguém, mas acho que essas duas mulheres irão deixar Kirchner e eu bem pequenos na história da Argentina e do Brasil.?
Cristina Kirchner
Em seu discurso a presidente argentina se emocionou ao lembrar do marido morto em outubro de 2010.
?Creio que há outra vida,senão não poderia continuar vivendo. Mas tenho que seguri em frente com a responsabilidade de presidente do meu país. Creio que o que vale a pena é o que podemos fazer por nosso país para que haja mais inclusão, menos pobreza?, disse a presidente argentina.
Assim como Dilma, Cristina ressaltou as realizações do marido e do ex-presidente Lula para a política externa na América Latina. Ela afirmou que Lula e Kirchner foram responsáveis por revitalizar o Mercosul, quando o bloco estava desacreditado e defendeu a inclusão de mais países sul-americanos no grupo. ?Eles ressuscitaram o Mercosul e o fizeram maior e mais forte?, disse Cristina.