O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (3) a jornalistas que a indicação do ex-presidente da Casa da Moeda, Luis Felipe Denucci, foi do PTB.
"Queria esclarecer alguns pontos que estão equivocados na imprensa. Em 2008, quando nós substituímos o presidente da Casa da Moeda, o PTB fez indicações para a Presidência. Dentro dos critérios de competência técnica para ocupar esse cargo, os primeiros nomes não foram aceitos. Finalmente me trouxeram o currículo do ex-presidente da Casa da Moeda [Denucci]. Que tnha um currículo adequado para as funções da Casa da Moeda. Então, eu aceitei as indicações", disse ele.
Antes da indicação, Mantega afirmou que não conhecia Denucci, que é alvo de denúncias de que teria recebido recursos em contas no exterior de fornecedores da Casa da Moeda. "Eu não conhecia essa pessoa. Nunca tinha vsito antes. Recebi o currículo das mãos do presidente do PTB. Ele estava habilitado", declarou o ministro.
Segundo ele, o próprio partido "voltou à carga" para trocar o ex-presidente da Casa da Moeda e, na avaliação de Mantega, "fez acusações sem fundamento". "Não estava fundamentada em documentos. Eu até falei. Você faça e entre na Justiça. Você faça uma acusação formal, que aí sim podemos investigar. Não se pode, com alegações superficiais, dar prosseguimento [à investigação]", declarou Mantega.
O ministro explicou que, quando há uma acusação formal, a primeira coisa a ser feita é abrir uma Comissão de Sindicância, ato que foi levado adiante nesta sexta-feira. "De qualquer forma, o Denucci vinha terminando sua missão, que era fazer com que a Casa da Moeda vendesse para vários outros países. Isso foi alcançado", disse ele.
Mantega acrescentou que a troca do ex-presidente da Casa da Moeda já estava prevista para acontecer no começo este ano. "Nós costumamos trocar funcionários. Ele estava sendo pressionado. Então, já estávamos dando andamento à sua substituição. Já tinha entrevistado três possíveis candidatos. Estava esperando fechar o ano para fazer a substituição. Eu não vou prejulgar as denúncias. Acho que elas têm de ser formalizadas e investigadas", afirmou o ministro da Fazenda.
De acordo com ele, o próximo presidente da Casa da Moeda será um técnico "totalmente sintonizado com o desempenho" da empresa pública.
Questionado se iria ao Congresso Nacional dar explicações aos parlamentares, Mantega disse que não viu os líderes falando sobre isso. "Vamos aguardar as decisões do Congresso sobre isso. Por enquanto, não tem nenhuma decisão, nenhuma convocação. Me parece que não temos mais a dizer sobre isso, que já está amplamente retratado. Mas vamos aguardar", concluiu.