Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e pré-candidato à Presidência, falou nesta quarta-feira (15) à GloboNews sobre a operação da Polícia Federal de que foi alvo.
"Estou sendo vítima de uma grande arbitrariedade. Intenção é me constranger, calar a minha boca e abater a minha disposição de oferecer ao Brasil uma proposta que começa por dizer que o Brasil não pode mais contemporizar com a corrupção", disse Ciro.
Ciro disse que uma "fração da Polícia Federal capitulou" ao presidente Jair Bolsonaro e classificou a ação desta quarta como uma violência contra ele e a família.
Ele é citado em uma investigação sobre supostas irregularidades nas obras de ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.
Durante a entrevista, Ciro Gomes ainda citou sobre os valores da reestruturação da Arena Castelão, dizendo que foi o menor custo para reformas em estádios do Brasil. Além disso, lembrou que, à época das obras no estádio, não ocupava cargos públicos na política.
"Primeiro, o Castelão foi escolhido como o menor preço. Segundo, esse preço foi o menor do Brasil e de todos os estádios construídos no Brasil. Terceiro, nenhum delator, nem sequer na leviandade da delação premiada me acusou de receber qualquer tipo de vantagem ilícita. (...) E eu quero dizer que o delegado me arrolou como pessoa pública, e de novo, eu não era pessoa pública nenhuma", disse.
O irmão de Ciro, Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e atual senador, também foi alvo da operação. Segundo a PF, as fraudes ocorreram entre 2010 e 2013, anos em que o Ceará era governado por Cid.
A Justiça quebrou os sigilos bancário e fiscal de Ciro e Cid entre 2009 a 2014. O sigilo telefônico dos dois também foi quebrado.
Por uma rede social, Ciro classificou a ordem como "abusiva", alegou não ter relação com o caso e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade."
O g1 procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República por volta das 10h, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.