O Ministério das Relações Exteriores está concentrando seus esforços na definição dos critérios para a saída do segundo grupo de brasileiros na Faixa de Gaza, após o início das negociações. Consultas estão sendo realizadas com o Egito e Israel para determinar se as regras serão semelhantes às adotadas na retirada anterior de 32 brasileiros, que chegaram a Brasília na noite da última segunda-feira (13).
Segundo a jornalista Camila Bomfim, da Globonews, a prioridade é entender se as condições serão as mesmas ou se haverá restrições, como a possibilidade de dar preferência a brasileiros e deixar parentes para um momento posterior. O novo grupo deve ser composto por aproximadamente 50 pessoas, pode ter seu número ajustado de acordo com a busca por apoio diplomático brasileiro na região e os critérios que serão estabelecidos para a saída.
Esses pontos são cruciais nas negociações, que foram iniciadas em uma reunião do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com a área consular e auxiliares. A necessidade de estabelecer critérios específicos surge devido ao aumento da tensão entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
A operação militar de Israel no Hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, tornou mais difícil a saída de estrangeiros da região. "A verdade é que não haverá solução rápida para esse segundo grupo do Brasil", declarou um diplomata envolvido nas negociações.
Na noite de segunda-feira (13), um grupo de 32 brasileiros e familiares que se encontravam na Faixa de Gaza chegaram ao Brasil e foram recepcionados pelo presidente Lula. Na ocasião, o Itamaraty informou que "continua a oferecer assistência aos brasileiros localizados na região e prestará todo apoio possível a cidadãos que manifestem eventual interesse em regressar ao Brasil".
O voo de segunda-feira foi um dos 10 voos da Força Aérea Brasileira oriundos de Israel (8), Cisjordânia (1) e Gaza (1), na Operação Voltando em Paz, que foi concluída com a repatriação de 1477 brasileiros e familiares que estavam na região de conflito.