Jair Bolsonaro admite em ato no Rio: “Tinha mais gente aqui no 07 de setembro”

Nas redes sociais, opositores ao ex-presidente da República comemoraram o ato esvaziado em Copacabana. USP aponta para menos de 20 mil presentes.

Ato em Copacabana não atingiu o público de 1 milhão esperado pelo entorno de Bolsonaro.  | Gilberto Costa/Agência Brasil Ato em Copacabana não atingiu o público de 1 milhão esperado pelo entorno de Bolsonaro. | Foto: Gilberto Costa/Agência Brasil
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste domingo (16), de um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde voltou a levantar dúvidas sobre o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele destacou sua popularidade durante a campanha e insinuou que sua derrota pode ter sido influenciada por decisões do Judiciário.


Adesão menor que o esperado

Durante seu discurso, Bolsonaro reconheceu que a mobilização deste domingo foi inferior a outros eventos que promoveu no mesmo local. Antes do ato, ele chegou a projetar que reuniria um milhão de pessoas e pediu que manifestações em outros estados fossem suspensas para concentrar os apoiadores na capital fluminense.

Nas eleições de 2022 a gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui no 7 de setembro, tinha mais gente do que agora. Fazíamos motociatas pelo Brasil todo, em São Paulo batendo 300 mil motos. Foi em Santa Catarina, Mato Grosso, no Brasil todo. O agro estava quase 100% conosco, os cristãos da mesma maneira.


Críticas ao Judiciário

O ex-presidente mencionou uma investigação de 2018 sobre supostas fraudes eleitorais para justificar seu questionamento sobre o resultado das urnas. “O nosso governo fez o seu trabalho, mas por que perdeu a eleição? Será que a resposta está no inquérito 1361, secreto até hoje?”, indagou Bolsonaro.

Além disso, ele criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por investigações conduzidas contra ele e seus aliados. “Todos os inquéritos do Moraes são confidenciais, secretos. Ninguém pode saber de nada que está ali. Ele começou a investigar o presidente da República em julho de 2021, e não tinha um fato definido. Eles nos acompanhavam 24 horas por dia”, declarou.


Defesa de anistia aos presos do 8 de janeiro

O ato também teve como bandeira a anistia dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos. Bolsonaro e seus apoiadores defendem que, se os envolvidos forem absolvidos, isso pode fortalecer a tentativa de reverter sua inelegibilidade.

“Houve sim mão pesada do Alexandre de Moraes nas eleições. Por exemplo, segundo decisão dele, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo aborto, não podia botar imagem do Lula defendendo ladrão de celular”, argumentou o ex-presidente.


Processos e condenações

Até o momento, mais de 400 pessoas já foram condenadas pelo STF pelos atos de 8 de janeiro. Outros 542 réus fecharam acordos com o Ministério Público Federal, comprometendo-se a cumprir penas alternativas, como pagamento de multa, serviços comunitários e participação em cursos sobre democracia.

O entorno de Bolsonaro acredita que a anistia aos envolvidos pode criar um precedente para pressionar pela reabilitação política do ex-presidente, que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
logo do meio.com