SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - João Amoêdo, um dos fundadores do Novo, anunciou nesta sexta-feira (25) que se desfiliou do partido.
"Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010. Deixo um agradecimento especial a todos que fizeram parte desse time que com dedicação, humildade e determinação transformaram em realidade o que parecia ser impossível", escreveu em rede social.
Na postagem, o político afirmou que a legenda não existe mais. Amoêdo disse ainda que foram 33 meses sob a atual gestão em que o Novo "foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original".
"O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia", escreveu.
Diante deste cenário, Amoêdo afirmou que a sigla não o representa e seria incoerente permanecer filiado. "A minha saída do Novo em nada muda a vontade de ajudar o Brasil", disse.
O político foi suspenso em 27 de outubro pela legenda após declarar voto em Lula no segundo turno das eleições. Na ocasião, o empresário disse ter recebido a notícia com surpresa e indignação.
Ele, que havia declarado voto em Bolsonaro no segundo turno de 2018, chegou a dizer que anularia neste ano. Mas decidiu votar em Lula, apesar de criticar o petista.
Em outubro, Amoêdo reagiu na justiça e apresentou notícia-crime à Procuradoria-Geral Eleitoral contra um grupo de membros do partido.
Em 2018, o empresário disputou a Presidência pela primeira vez e obteve 2,5% dos votos válidos no primeiro turno, terminando em quinto lugar.
Em 2020, Amoêdo deixou a presidência do Novo, cargo que exercia desde que a legenda obteve o registro partidário, em 2015.