A Polícia Federal informou que recebeu nesta quinta-feira (5) novos mandados de prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal para quatro condenados no julgamento do mensalão: o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), os ex-deputados Pedro Corrêa (PP) e Bispo Rodrigues (do extinto PL, atual PR) e o ex-vice-presidente do Banco Rural Vinícius Samarane. As ordens foram encaminhadas à Polícia Federal, que vai proceder à prisão ? a expectativa, no entanto, é que eles se entreguem.
A assessoria da PF informou que, inicialmente, agentes entrariam em contato com os advogados dos condenados para saber se eles têm interesse em se entregar ? do contrário, iriam proceder as prisões. O advogado de Pedro Corrêa, Marcelo Leal, afirmou ao G1, por volta das 17h, que iria ao encontro do cliente para apresentá-lo à PF.
Costa Neto, Corrêa e Rodrigues estão em Brasília. Samarane é de Minas Gerais, mas não se sabe em que cidade se encontra.
Esta é a segunda leva de prisões do mensalão. Antes, em 15 de novembro, o presidente do STF e relator da ação, Joaquim Barbosa, determinou as prisões de 12 dos 25 condenados, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Um dos 12 está foragido, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que tem cidadania italiana e supostamente fugiu para a Itália.
Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Nesta quinta, mais cedo, o STF rejeitou os embargos infringentes apresentados pela defesa e decretou o trânsito em julgado (fim do processo) para Costa Neto. Com isso, ele não tem mais possibilidade de recursos.
Também nesta quinta, o STF decidiu rejeitar recurso de Corrêa, que tentava um novo julgamento pelo crime de lavagem de dinheiro. Condenado no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses por corrupção passiva e lavagem, ele entrou com embargos infringentes para tentar uma reanálise da condenação por lavagem, na qual foi punido por 8 votos a 2.
O ex-dirigente do Banco Rural Vinicius Samarane, condenado a 8 anos e 9 meses por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro, teve a prisão pedida pela Procuradoria Geral da República no último dia 29. O STF entendeu que ele colaborou para os empréstimos fraudulentos que abasteceram o esquema.
Bispo Rodrigues, condenado a 6 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, também tentou entrar com infringentes, que foram rejeitados. Ele foi condenado por receber do PT R$ 150 mil em dezembro de 2003 em troca de apoio ao governo.