O ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, liderança histórica dentro do Partido dos Trabalhadores, concedeu entrevista exclusiva ao Agora Brasil, da Rede Meio nesta sexta-feira (03). O ex-ministro foi sabatinado pelo apresentador Amadeu Campos e por um time de comentaristas sobre diversos temas.
Sobre as eleições de 2026, ele deu praticamente como certo o projeto de reeleição do presidente Lula, mas falou sobre nomes que estão ganhando destaque para uma possível candidatura em 2030. Ele, inclusive, destacou os nomes dos piauienses Wellington Dias, atual ministro de Lula, e Rafael Fonteles, atual governador do Piauí.
A dependência Lula é mais favorável do que contra nós. Tem uma liderança como o Lula em cada 50 anos. O PT tem nomes. Tem Fernando Haddad, que já foi candidato, e ex-governadores, como Wellington Dias, Camilo Santana, Rui Costa. E temos lideranças jovens que estão surgindo. Rafael Fonteles, Jerônimo, Elmano. Há uma safra nova de lideranças políticas parlamentares.
José Dirceu também avaliou a atual relação entre governo e Congresso e reforçou a necessidade de negociar com diferentes partidos para aprovar projetos importantes. "É verdade que há uma deformação, mas de qualquer maneira esse é o sistema. O Lula e os partidos que sustentaram a eleição dele é preciso negociar, porque a direita tem 300 deputados, nem todos são bolsonaristas, apenas 90. E os temas são importantes para o país, como a PEC da transição. O governo conseguiu sim negociar e aprovou a questão do ICMS, todos os programas sociais que tinham que ser retomados, também conseguiu. Nós não estamos em um parlamentarismo, estamos em um presidencialismo.
Sobre uma eventual candidatura a deputado federal em 2026, como vem sendo especulado, Zé Dirceu foi cauteloso ao falar sobre o assunto. Segundo ele, essa decisão só será tomada no segundo semestre de 2025.
Falta chegar o período eleitoral. Vou me dedicar esse ano a percorrer o país, mais São Paulo pra ajudar nas eleições municipais. Mas no ano que vem, no segundo semestre vou tomar uma decisão se devo ou não ser candidato a deputado por São Paulo, onde fiz toda minha história política. Mas é provável que eu seja candidato a deputado federal se as circustâncias, o momento, me permitir. Até por justiça, eu quero continuar o discurso de quando eu fui cassado, injustamente. Daqui a pouco farão 25 anos.
Prefeitos na capital
Questionado sobre a ausência de prefeitos eleitos pelo PT em capitais nas últimas eleições municipais, o ex-ministro ressaltou que o partido passa por um processo de recomeço. "De 2013 a 2019, o PT passou por uma guerra jurídica, uma guerra política. Nós não podíamos sair as ruas com a camisa do PT, do MST. Houve um processo político da prisão de Lula. É um momento agora de recuperação. 2024 e 2026 e 2028. O PT vai recomeçarr e vai crescer muito. Vai crescer no nordeste, no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, tem dificuldades em São Paulo mas se vencer na capital e outras grandes cidades vamos começar um caminho de retomar o tamanho que a gente tinha até 2012".