Com quase 86% dos votos apurados, José Eduardo Dutra (SE) é o novo presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores). Ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Dutra tem 58,5% dos votos, contra 18% do segundo colado, José Eduardo Cardozo (SP).
Nesta quarta-feira (25), o atual presidente do partido, Ricardo Berzoini, dá entrevista coletiva para falar sobre o resultado do PED. A entrevisa será às 15 horas na sede nacional do partido, em Brasília, e deve ter a presença de Dutra. Para vencer as eleições, o candidato precisava ter metade dos votos dos filiados mais um.
Dutra tem a maioria dos votos, com 58,5% (252.260 votos). Em segundo lugar está José Eduardo Cardozo, com 18% (77.773); Geraldo Magela aparece em terceiro, com 12% (51.589). Em quarto lugar, Iriny Lopes tem 9,8% dos votos (42.408). Com menos de 1%, aparecem Markus Sokol, 0,9% (4.090) e Serge Goular, com 0,7% (3.111). Dutra era o favorito na disputa e liderou desde o início da apuração.
A votação aconteceu no domingo (22) e abrangeu mais de 4.000 cidades do Brasil e cerca de 1,5 milhão de filiados. O novo presidente do partido terá a missão de comandar o PT durante as eleições de 2010 e fica na presidência da legenda até 2012.
O ex-senador é membro da corrente Construindo um Novo Brasil, a maior da legenda do partido. Fazem parte da corrente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro-chefe da Casa-Civil José Dirceu e o atual presidente da sigla, Ricardo Berzoini.
O futuro presidente do PT é favorável a uma aliança nacional de seu partido com o PMDB em 2010 na candidatura da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Agora, Dutra vai precisar convencer os dirigentes do partido que são contrários a uma aliança nacional com o PMDB na disputa presidencial de 2010. No ano que vem, o partido também vai enfrentar a primeira eleição sem a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a vitória de Dutra, acusados no escândalo do mensalão vão voltar ao comando do partido. José Dirceu deve recuperar assento no Diretório Nacional petista. Dirceu é um dos 39 réus do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) e, pela primeira vez desde 2005, ele integra a chapa da corrente antes conhecida como o Campo Majoritário do PT, hoje chamada Construindo um Novo Brasil.
No último domingo, o ex-ministro negou a existência do esquema de compra de votos de parlamentares em 2005, conhecido como mensalão, e descreveu o episódio como "caixa 2" para financiar campanhas eleitorais. Quatro anos depois da maior crise política do governo Lula, Dirceu rechaçou a tese de que seu provável retorno à direção petista signifique que o partido tenha enterrado o assunto.
Em tom de conciliação, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse no último domingo que é "normal" a volta de antigos dirigentes do PT envolvidos no caso do mensalão” ao comando do partido. Após votar na eleição interna da legenda, ela observou que até o momento não há uma conclusão dos julgamentos no STF (Supremo Tribunal Federal). - Acho normal que essas pessoas exerçam seus direitos políticos.