José Serra se diz desconfiado de corte no Orçamento

Guido Mantega sinalizou corte de R$ 10 bilhões como medida anticíclica

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O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, mostrou desconfiança ao comentar a medida do governo de corte de mais de R$ 10 bilhões no Orçamento da União para conter o aquecimento da demanda na economia. "Precisa ver se é corte de verdade ou se é espuma", afirmou Serra, revelando que até agora só tem "a notícia" do corte. "Se tiver desperdício para cortar, tudo bem. Mas se não tiver, aí não", disse.

Serra deu uma entrevista de pouco menos de uma hora no Programa Francisco Barbosa, da Rádio TV, no Rio de Janeiro. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o corte de R$ 10 bilhões é uma medida anticíclica para que o crescimento da economia seja sustentável e equilibrado.

O ex-governador de São Paulo disse que, se eleito, fará uma reforma administrativa "logo de cara" e criticou mais uma vez o "loteamento" de cargos federais no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Serra insistiu que o presidente Lula não é candidato e, por isso, não é com ele que pretende debater. Questionado sobre o acirramento da campanha eleitoral, o pré-candidato foi bem humorado: "Você já ouviu Lupicínio Rodrigues? Eu tenho nervos de aço."

Serra afirmou ainda que está elaborando uma proposta para a criação de uma Polícia Federal (PF) fardada para atuar principalmente nas fronteiras e combater o tráfico de drogas e de armas.

Como contraponto ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da pré-candidata petista Dilma Rousseff sobre as parceiras do governo federal com o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura da capital fluminense, Serra disse que se for presidente terá a melhor relação possível com os governantes do Rio. Ele chegou a lançar a promessa de se dedicar à construção de uma linha de metrô até os municípios de São Gonçalo e Itaboraí.

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