A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal do Paraná decretou nesta quarta-feira (21) uma nova ordem de prisão preventiva contra o doleiro Alberto Youssef, um dos 11 presos da operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Ele é suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimento cerca de R$ 10 bilhões.
Esse segundo mandado de prisão, no entanto, não tem relação com a Lava Jato. A ordem judicial se refere ao caso Banestado, no qual Youssef responde por crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e corrupção ativa. Processos antigos envolvendo o doleiro que estavam suspensos voltaram a tramitar na Justiça em razão de ele ter quebrado o acordo de delação premiada ao retornar à atividade criminosa.
Segundo o Ministério Público, Alberto Youssef teria aberto 43 contas em nome de laranjas em agências bancárias de Londrina (PR). Os procuradores da República afirmam que, entre janeiro de 1998 e agosto de 1999, ele movimentou R$ 345.974.442,45 nessas contas.
Ainda segundo a acusação, as contas correntes seriam utilizadas para transferências internacionais fraudulentas. Para utilizar as contas, de acordo com a denúncia, o doleiro pagaria vantagem indevida ao gerente da agência bancária do Banestado em Londrina. Alberto Youssef confessou a autoria dos crimes, mas não foi condenado devido à delação premiada.
Essa segunda ordem de prisão preventiva foi decretada diante dos indícios de que ele retomou suas atividades criminosas "de modo profissional e habitual". A Justiça Federal justificou o mandado de prisão como uma maneira de prevenir a prática de novos crimes.
Como o caso não tem relação com a operação Lava jato, a ação penal não será remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF).