Não vai ser desta vez que o chamado "mensalão mineiro" vai ser julgado. A Justiça de Minas Gerais determinou a suspensão do andamento do processo no Tribunal de Justiça do Estado. A decisão ocorreu após pedido da defesa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, réu na ação e conhecido pelo processo que acabou condenando José Dirceu e outros políticos de primeiro escalão do então governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A suspensão aconteceu porque, segundo a Justiça, para que o processo continuasse, seria necessário esperar decisão sobre pedido de delação premiada feito por Valério ao Ministério Público de Minas no processo sobre esquema de financiamento ilegal da campanha à reeleição do ex-governador tucano Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998.
Por envolver políticos com foro privilegiado, o pedido de delação precisa ser aceito também pela Procuradoria-Geral da República, o que não tem data para ocorrer.
A suspensão ocorreu no dia 1.º de julho. Azeredo já foi condenado a 20 anos de prisão no mensalão mineiro em ação que tramitou separadamente. Valério cumpre pena no mensalão federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O tucano, segundo a acusação, utilizou recursos que iriam para eventos para abastecer caixa 2 de campanha. Na sentença, a juíza afirma ter sido criada "uma organização criminosa complexa, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura". A reportagem não conseguiu contato com o advogado do tucano.