Em 2013, ao deixar o mandato em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) terá endereço duplo. A partir de fevereiro, ele desembarcará em Brasília "toda semana" para tratar da entrada de seu partido no governo federal e das articulações para a próxima eleição presidencial.
O prefeito tem a meta de alocar o seu PSD em um dos prédios da Esplanada dos Ministérios e formalizar seu embarque no governo de Dilma Rousseff (PT). Diz, contudo, que isso não o afastará de José Serra (PSDB), que concorre com o PT para fincar sua bandeira na Prefeitura de São Paulo.
"O partido é que vai definir. Mas minha sensibilidade é caminhar com ela [Dilma]", diz. E Serra? "Uma relação é feita de estima e confiança. Entre mim e ele há isso."
Kassab lista mais de uma dezena de quadros habilitados a comandar um ministério. Suas principais apostas são o vice-governador Guilherme Afif Domingos, a senadora Katia Abreu e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
No Congresso, vai orquestrar seu partido na eleição para a Mesa Diretora da Câmara. Além disso, será o fio condutor de uma parceria informal com o PSB, do governador Eduardo Campos (PE) --cotado para disputar contra Dilma a eleição em 2014.
O prefeito diz não acreditar que Campos fique contra o PT e Dilma. Afirma que, apesar da ruptura em Recife, o governador é fiel a Lula. No próprio PSB, porém, a hipótese é discutida seriamente.
A avaliação é que Campos seria capaz de rachar a preferência pelo PT no Nordeste. E sua candidatura, somada à do senador Aécio Neves (PSDB), poderia levar a disputa ao segundo turno.
Em Brasília, o prefeito será o fio condutor da parceria do PSD com o PSB. As siglas não formarão um bloco, mas elas tendem a ficar juntas nas principais votações.
Apesar da intensa atividade na capital federal, Kassab continuará jogando em outros campos. Recebeu convites para atuar na academia paulistana, na USP ou na Faap, e afirma que será "conselheiro" de Serra caso o tucano se eleja.