Nem Marcos, nem Melkizedeck, nem Ângelo, Marlon ou Natan Donadon poderão disputar qualquer cargo público nas eleições municipais de domingo. Todos os parentes com este sobrenome foram barrados pela Lei Ficha Limpa. Eles foram condenados em segunda instância pela Justiça por vários crimes contra a administração pública quando ocupavam cargos como prefeito, vereador, deputado ou mesmo dirigiam instituições estatais em Rondônia.
Desde que chegaram a Rondônia, vindos do Paraná, em 1973, os Donadon exercem o poder de fato nas cidades de Vilhena e Colorado do Oeste, no Sul do estado. Depois de eleger prefeitos dos dois municípios por vários mandatos, a família ficou conhecida nacionalmente quando Natan Donadon, filho do patriarca Marcos, teve o mandato de deputado federal cassado em 2014, depois de condenado a 13 anos, quatro meses e 10 dias por formação de quadrilha e peculato pelo desvio de R$ 8,4 milhões, quando era diretor da Assembleia Legislativa entre 1995 e 1998.
Para tentar escapar do cerco da Justiça e manter algum poder, os Donadon apelaram para as candidaturas alternativas, das mulheres casadas com os varões da família. Nas eleições de 2014 conseguiram eleger Rosângela como deputada estadual. Ela é casada com Marcos Donadon, o ex-deputado estadual que está foragido da Justiça desde o dia 7 de abril. Marcos foi condenado a 16 anos e 8 meses de reclusão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato, de maneira que não pode concorrer em 2014, e por isso colocou a mulher como sua laranja política.
Marcos foi condenado em 2013 a 6 anos e 8 meses de prisão por desvio de dinheiro quando era presidente da Assembleia. Está foragido e mesmo assim apareceu nos registros da Justiça eleitoral no dia 8 de setembro como doador de R$ 12 mil em duas parcelas à candidatura da cunhada Rosieni Donadon à prefeitura de Vilhena. Ela é casada com Melkizedeck, o primogênito da família e ex-prefeito do município. Ele também foi condenado pela Justiça e está impedido pela Ficha Limpa.