O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (3) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no cargo.
"Levy fica. A reunião foi muito boa", afirmou Mercadante.O ministro da Casa Civil participou de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, além de Nelson Barbosa (Planejamento), para dar unidade interna em torno do chefe da equipe econômica para evitar que ele deixe o cargo por falta de apoio.
Depois de conversa com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, nesta quarta-feira (2) em Brasília, a presidente deu uma orientação interna à sua equipe mais próxima para deixar claro que seu governo vai perseguir a meta de superavit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano.Nesta segunda (31), o governo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com previsão de deficit primário de 0,5% do PIB.
Nesta quinta, pela manhã, a presidente Dilma tratou do tema com assessores mais próximos e reforçou a orientação de que, em entrevistas, eles destaquem que o governo vai estudar medidas para buscar cumprir a meta fiscal de 0,7% em 2016.Na própria quarta-feira, por sinal, logo depois de receber Trabuco numa audiência fora da agenda oficial, a presidente fez questão de enfatizar que seu governo não havia abandonado a meta de superavit primário prevista para o próximo ano.Segundo a reportagem apurou, na conversa com Trabuco, Dilma ouviu o relato de que o anúncio do Orçamento com deficit estava enfraquecendo o governo e poderia gerar uma crise de confiança no mercado, provocando uma disparada na cotação do dólar. Ou seja, Trabuco defendeu a posição de Levy, que trabalhava no Bradesco antes de aceitar o convite para ser o ministro da Fazenda do segundo mandato da petista. Levy cancelou a viagem que faria hoje para a Turquia, onde participaria da reunião de ministros de finanças e presidentes de banco centrais do G20.
Nesta quarta, o ministro procurou a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, para reclamar de isolamento e falta de apoio no governo,pondo em dúvida sua permanência no cargo se a situação não mudar.Depois de falar com o ministro por telefone e ouvir que ele sentia "perda de apoio" para sua política de ajuste fiscal, a presidente fez uma defesa pública de Levy, dizendo que ele "não está desgastado" nem "isolado" no governo."Isolado de mim ele não está", disse Dilma, após cerimônia no Palácio do Planalto.