O tabuleiro que compõe o apoio das principais lideranças piauienses a grupos políticos terá novas peças. Aliados nos últimos pleitos estarão em lados opostos e desafetos familiares serão superados em nome do fortalecimento que a união em torno de um nome pode contribuir para a vitória nas urnas. É o caso da família Paes Landim, que trocou o apoio ao deputado estadual Roncalli Paulo (PSDB) para consolidar a aliança em torno do nome de Amparo Paes Landim (DEM), mãe do prefeito de São João do Piauí, Roberth Paes Landim (DEM).
Nas eleições municipais de 2004 a família se dividiu quando Amparo e o marido, o ex-prefeito José Paulo de Sousa, lançaram o filho mais velho, Roberth, como candidato a prefeito de São João. Ele concorreu com a candidata apoiada pelo prefeito na época, Murilo Landim, e os deputados Paes Landim e Paulo Henrique.
O racha foi inevitável, mas o pedido de união, feito pela matriarca da família, Natália Paes Landim, 92 anos, foi costurado pelo desembargador Francisco Antônio Landim. O resultado imediato do fim das disputas entre a família é que o poder de voto de parte do grupo na região será transferido para o de-putado federal Paes Landim, além da retirada do nome do ex-deputado Luiz Gonzaga Landim para uma possível vaga na ALEPI.
As primeiras-damas também terão vez no pleito de outubro. Lusieux Coelho, de Paulistana, irá concorrer a uma das 30 vagas na Alepi. O objetivo, segundo o prefeito Luís Coelho, é ter uma representante do município no Parlamento, já que ele ainda tem três anos de mandato à frente da Prefeitura. A ex primeira-dama de Barras, Nize Rego, também concorrerá a uma cadeira de deputada estadual. Com a cassação de Manin Rêgo no final do ano passado, Nize será a oportunidade do grupo político de Manin voltar ao poder.
Picos é palco de outra candidatura dissidente de lideranças locais. O prefeito Gil Paraibano (PMDB) deixou de apoiar os deputados estaduais da sigla na região, Kléber Eulálio e Warton Santos, para reforçar a pré-candidatura da sobrinha à deputada estadual, Tazmânia Gomes, a Belê, também pelo PSB.
Outra candidatura de peso poderá ser a da primeira-dama do Estado e Coordenadora Geral da Ceid (Coordenadoria para Inclusão da Pessoa com Deficiência), Rejane Dias.
O lançamento do seu nome, porém, depende da saída do governador Wellington Dias (PT) ao Senado no próximo dia 02 de abril. Sem a desincompatibilização do governador, Rejane estaria proibida legalmente de concorrer a uma vaga na Alepi. Com a candidatura do marido, no entanto, a dobradinha poderá começar um novo grupo de liderança regional: o da família Dias. (S.B.)