Luiz Gushiken é enterrado em SP com presença de Dilma e Lula

undador do PT morreu aos 63 anos na sexta em decorrência de câncer. Cúpula do partido esteve no Cemitério do Redentor, na capital paulista.

Dilma Rousseff compareceu ao enterro do ex-ministro Luiz Gushiken | Futura Press
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O corpo do ex-ministro Luiz Gushiken foi enterrado às 16h30 deste sábado (14) no Cemitério do Redentor, no Sumaré, Zona Oeste da capital paulista. Ele tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira (13) no Hospital Sírio-Libanês. O ex-ministro da Secretaria da Comunicação do governo Lula fazia tratamento contra câncer de estômago desde 2002.

Vários políticos passaram pelo local durante todo o dia, incluindo a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT), o qual Gushiken ajudou a fundar. Às 15h20, a presidente Dilma Rousseff chegou acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de vários ministros, entre eles Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha.

Além de ter exercido o cargo de ministro, Gushiken foi deputado federal por três mandatos pelo PT (1987-1990, 1991-1994 e 1995-1999).

Exerceu a coordenação de campanhas presidenciais de Lula e, no ano passado, foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de provas, da acusação de crime de peculato no julgamento do mensalão.

Presenças

O primeiro político a chegar ao velório, por volta das 8h30, foi o deputado federal por São Paulo José Genoino. Abatido, Genoino não quis gravar entrevista, mas ao sair, disse para as câmeras: "O silêncio fala por mim".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também passou pelo velório por volta das 8h50 e disse que o processo do mensalão, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contribuiu para enfraquecer Gushiken.

Mais tarde, o presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, José Américo (PT), também passou pelo local. Ele afirmou que Gushiken era um "militante de grande perspicácia" e uma das "pessoas mais próximas de Lula".

"Uma perda irreparável", disse.

Para Américo, Gushiken "sofreu com a acusação infundada" no processo do mensalão. "A pessoa que o acusou nunca pediu desculpas", afirmou.

Por volta das 12h30, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT-SP), chegou ao cemitério. Ele afirmou que Gushiken foi "um homem muito generoso e de muita garra". "Uma perda lamentável para o PT e para a militância", disse.

O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-ministro da Justiça e advogado de réus do processo do mensalão Márcio Thomaz Bastos e o deputado João Paulo Cunha, condenado no mensalão, estiverem presentes.

O vice-presidente, Michel Temer, afirmou que lembra de Gushiken de 1985 quando ele era secretario da segurança de São Paulo e o ex-ministro era presidente do Sindicato dos Bancarios. "Foi uma greve muito bem organizada e exitosa".

Quem também foi ao local à tarde foi o ex-ministro José Dirceu. Ele chegou ao velório às 14h30 e estava emocionado. Dirceu afirmou que Gushiken era o "melhor de todos" e que ele "foi o maior injustiçado" entre os acusados do mensalão. Para o ministro, ele morreu feliz. "Ele viu os projetos se realizarem e morreu feliz".

O filho de Gushiken, Guilherme Gushiken, 30, pediu que a imprensa não acompanhasse o velório dentro da sala. ?Ele lutava contra um câncer havia muito tempo, mas não esperávamos. Passamos a noite em claro, é um momento de muita dor?, disse.

Fundador

Bancário, Gushiken foi fundador e dirigente do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O ex-ministro foi acusado de peculato (delito cometido por servidor contra a administração pública) após depoimento de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing e Comunicação do Banco do Brasil, que disse ter agido a mando de Gushiken no esquema que teria desviado, entre 2003 e 2004, R$ 73,8 milhões do Fundo de Investimento da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (Visanet).

O dinheiro seria uma das fontes de recursos públicos do chamado "valerioduto", esquema pelo qual eram repassados recursos a parlamentares como pagamento pelo apoio político ao governo Lula em votações no Congresso, segundo o entendimento dos ministros do Supremo.

Gushiken sempre negou as acusações e, em sua defesa, sustentou que não eram da sua alçada os recursos do fundo da Visanet.

Depois de deixar a Secretaria de Comunicação, Gushiken passou a ocupar a chefia do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, de onde se demitiu em novembro de 2011.

Ele conheceu Lula quando ainda era secretário-geral do sindicato, na década de 70. Depois, foi presidente nacional do PT (1988 a 1990) e duas vezes coordenador da campanha de Lula a presidente (1989 e 1998).

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