Lula adota estratégia ousada para estabelecer laços e diálogo com evangélicos

Esse movimento vem em resposta ao desejo de líderes religiosos, que buscam uma atenção mais destacada por parte do atual governo

Presidente Lula (PT) | Ricardo Stuckert
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Com o objetivo de ampliar sua base de apoio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando uma aproximação estratégica com o público evangélico, que historicamente tem mantido lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse movimento vem em resposta ao desejo de líderes religiosos, que buscam uma atenção mais destacada por parte do atual governo.

De acordo com fontes do primeiro escalão do governo, o presidente planeja estabelecer um diálogo mais direto com as lideranças religiosas ao longo deste ano, especialmente enquanto se prepara para percorrer o país de olho nas eleições municipais de outubro.

O Palácio do Planalto, baseando-se em pesquisas internas, identificou que esse segmento é um dos que mais rejeitam a figura de Lula, seu desempenho e o governo em geral. Uma pesquisa do Datafolha realizada em dezembro mostrou que a reprovação a Lula nesse segmento atinge 38%, em comparação com 30% na média geral da população.

Especificamente, as pesquisas do governo destacam um certo repúdio a Lula entre as mulheres jovens e evangélicas, sendo que a pauta comportamental é apontada como um dos principais motivos. Questões como a postura em relação às drogas, o direito ao aborto e os direitos humanos têm sido mal recebidas por esse grupo.

Estudo de temas religiosos

Enquanto Lula busca uma reaproximação, a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, planeja criar um núcleo dedicado a estudar temas religiosos e a relação do partido com diversas fés, com foco especial nos evangélicos. Os chamados Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) se concentrarão em produzir estudos e pesquisas, oferecendo sugestões sobre como se relacionar com diferentes segmentos religiosos.

Paulo Okamotto, presidente da Fundação, enfatizou a importância de compreender as perspectivas dos religiosos no Brasil e refletir sobre maneiras de se relacionar com eles. Ele destacou que há pentecostais e neopentecostais que simpatizam com o PT e são filiados ao partido. Essa iniciativa visa contribuir para uma compreensão mais profunda das dinâmicas religiosas no país e fortalecer laços políticos com diferentes comunidades de fé.

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