O presidente Lula chegou neste sábado (15) à Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para a segunda e última etapa da viagem que começou pela China.
Depois de dois dias inteiros na China, o presidente brasileiro falou com os jornalistas. Ele destacou a importância de reforçar a relação com o país e disse que isso não significa brigar ou se distanciar de outros países - a China trava, no cenário internacional, uma disputa com os Estados Unidos, tradicional parceiro do Brasil, em áreas cruciais como comércio, indústria e tecnologia.
“O Brasil tem que procurar os seus interesses, o Brasil tem que ir atrás daquilo que necessita e o Brasil tem que fazer acordos possíveis com todos os países. Nós não temos escolhas políticas, escolhas ideológicas. Nós estamos em uma escolha de interesse nacional, interesse do povo brasileiro, interesse da indústria nacional, interesse da nossa soberania e, portanto, eu saio daqui satisfeito”, afirmou.
Lula comentou sobre a proposta de criar um “clube da paz”. Um dos principais assuntos que mobilizaram as preparações para a visita a Pequim, o tema acabou rendendo apenas uma menção geral na declaração conjunta com o presidente chinês.
"É preciso ter paciência para conversar com o presidente da Rússia, é preciso ter paciência para conversar com o presidente da da Ucrânia, mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas, incentivando a guerra, a pararem”, defendeu.
A Ucrânia passou a receber, desde o início da guerra, armamentos e munições de vários países europeus e dos Estados Unidos, o que ajudou o país a conter o avanço russo. O presidente brasileiro também falou sobre como, na opinião dele, as potências ocidentais deveriam se posicionar em relação à guerra na Ucrânia.
"É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente poder convencer o Putin e o Zelensky de que a paz interessa a todo mundo, e a guerra só está interessando por enquanto aos dois", disse.
Depois de um voo de cerca de nove horas, a comitiva brasileira desembarcou em Abu Dhabi. É a capital dos Emirados Árabes Unidos, país do Oriente Médio com cerca de 9,5 milhões de habitantes.