O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh tiveram uma reunião bilateral na manhã deste sábado em Adis Abeba, na Etiópia. No encontro, Lula condenou os ataques do Hamas contra civis israelenses e reafirmou a necessidade do cessar-fogo. A conversa ocorreu antes de Lula de participar da 37ª Cúpula da União Africana.
O presidente brasileiro também defendeu a criação de um Estado palestino economicamente viável, que conviva em paz e segurança com Israel e seja internacionalmente reconhecido. Lula também enfatizou a necessidade de criar condições para garantir ajuda humanitária às pessoas que estão na área do conflito. Mohammad Shtayyeh agradeceu o apoio e a solidariedade do Brasil e do presidente Lula ao povo palestino, reforçou a necessidade de um cessar-fogo imediato.
Conforme o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, o conflito já deixou 30 mil mortos, 70 mil feridos e estima-se que 9 mil pessoas estão desaparecidas sob escombros de casas e prédios destruídos com os ataques. Após o encontro com a autoridade Palestina, Lula afirmou em discurso na 37ª Cúpula da União Africana o momento é "propício" para se resgatar tradições humanistas e que isso, frisou, implica condenar as agressões dos dois lados no conflito entre Israel e Hamas. Lula também defendeu que o fim da guerra no Oriente Médio passa pela criação de um Estado Palestino "livre e soberano":
— Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a libertação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza, em sua ampla maioria, mulheres e crianças, e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população. A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado Palestino livre e soberano, reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.
Durante uma sessão extraordinária da Liga dos Estados Árabes no Cairo, no Egito, na quinta-feira, Lula prometeu oferecer ajuda financeira adicional à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio. O presidente expressou preocupação de que a decisão de países alinhados a Israel de cortar o financiamento possa acarretar graves consequências humanitárias.
(Com informações do O Globo)