O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuou na intenção de nomear o ex-ministro Guido Mantega como CEO da mineradora Vale. A assessoria do Palácio do Planalto informou ao blog da jornalista Ana Flor que, ao contrário do inicialmente previsto, não ocorrerá uma reunião para discutir esse assunto.
Após a decisão presidencial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concedeu uma entrevista na qual afirmou que Lula "nunca se disporia a fazer interferência direta" em uma empresa de capital aberto.
Lula vinha se movimentando para levar Mantega ao comando da empresa, gesto que não foi bem recebido pelo mercado.
Logo no início do ano, o presidente determinou a Silveira que conversasse com outros sócios da Vale para fazer de Mantega o CEO da empresa.
A resposta dos acionistas não foi boa. Diante das resistências, Lula voltou atrás. O presidente percebeu que seria uma tarefa muito difícil colocar o seu ex-ministro em um lugar que depende do voto de 13 conselheiros.
O governo federal não detém mais a maioria do conselho, porque a venda de ações na gestão do ex-ministro Paulo Guedes na Economia fez da Vale uma Corporation. Isto é, uma empresa com ações pulverizadas e sem um bloco de controle acionário – uma situação bem diferente daquela dos governos Lula 1 e 2, quando o presidente da República tinha influência e podia escolher o CEO da empresa.