
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta quarta-feira (12) o programa "Crédito do Trabalhador", que visa ampliar o acesso ao crédito consignado para cerca de 39 milhões de trabalhadores com carteira assinada. A iniciativa chega em um momento de queda de popularidade do governo e busca incentivar o consumo e a recuperação econômica, beneficiando principalmente servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS.
Como vai funcionar
O crédito consignado, que permite descontos diretamente na folha de pagamento, oferece maior segurança aos bancos, resultando em taxas de juros mais baixas. Para servidores públicos e aposentados, as taxas variam entre 1,8% e 2,7% ao mês. Já para trabalhadores da iniciativa privada, a expectativa é que as taxas fiquem entre 2,5% e 3% ao mês, bem abaixo da média de 6% ao mês no Crédito Direto ao Consumidor (CDC).
Inovação com o eSocial
O programa utiliza o eSocial, plataforma digital do governo que centraliza informações de pagamento dos trabalhadores. Por meio dela, os trabalhadores poderão consultar e comparar ofertas de crédito dos bancos, escolhendo a opção mais vantajosa. A análise de dados como tempo de emprego, faixa salarial, histórico de adimplência e porte da empresa também facilitará a concessão do crédito.
Migração de dívidas e garantias
O programa permite a migração de dívidas existentes para o novo modelo de crédito consignado, com taxas mais baixas, desde que o comprometimento da renda não ultrapasse 35%. Essa migração será permitida por 90 dias. Além disso, os trabalhadores poderão usar até 10% do saldo do FGTS e 40% da multa rescisória como garantia em caso de demissão.
Impacto econômico
O "Crédito do Trabalhador" tem potencial para movimentar até R$ 120 bilhões em novas operações de crédito, estimulando o consumo e melhorando a capacidade de pagamento das famílias.