Diante dos sinais emanados pelo Congresso, o governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se mobiliza para discutir uma potencial reforma administrativa a partir da retomada das atividades legislativas, programada para fevereiro.
A estratégia visa evitar que o governo seja "atropelado" pelo Parlamento na condução dessa discussão. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), demonstra interesse em liderar a aprovação dessa reforma, a qual também conta com respaldo no Senado.
Conforme relatam assessores de Lula, a falta de negociação por parte do governo pode resultar na aprovação da versão do Congresso para a reforma. A proposta atual em andamento é oriunda do governo Bolsonaro e não conta com o apoio do PT.
Ministros do governo atual argumentam que a simples oposição e tentativa de bloqueio do texto não serão suficientes. Na composição atual do Congresso, marcada por uma postura mais conservadora e liberal, a reforma administrativa goza de amplo apoio.
Durante a campanha de 2022, Lula se comprometeu a realizar uma reforma administrativa como resposta às críticas do então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
Priorização de temas urgentes
Em 2023, o governo Lula conseguiu postergar essa discussão no Congresso ao priorizar temas mais urgentes, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. Agora, a Câmara sob o comando de Lira volta suas atenções para a reforma administrativa.
Essa proposta alinha-se com a visão do mercado de redução dos gastos governamentais nas esferas federal, estadual e municipal.
Um assessor de Lula concorda com a crítica frequente de que, até o momento, o governo concentrou-se principalmente em medidas para aumentar a arrecadação, avançando pouco nas iniciativas para cortar gastos. Segundo esse assessor, o Executivo está sendo cobrado e terá que apresentar respostas.
O governo pretende aproveitar a votação da reforma administrativa para encerrar a questão dos salários milionários. Já existem propostas nesse sentido tramitando no Congresso, contando inclusive com o apoio do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A expectativa entre os aliados de Lula é incluir o fim dos supersalários no pacote durante as discussões da reforma administrativa.
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