O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu-se com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan nesta segunda-feira (5), em hotel de Brasília.
No encontro, dois trataram de vários assuntos entre eles a visita de Lula ao presidente norte-americano, Joe Biden que deve acontecer em 2023.
"Recebi hoje do conselheiro de segurança norte-americano, Jake Sullivan, o convite do presidente Joe Biden para visitá-lo na Casa Branca. Estou animado para conversar com o presidente Biden e aprofundar a relação entre nossos países", afirmou Lula em uma rede social sobre o encontro com o assessor de Biden.
Da equipe de Lula, marcaram presença na reunião o senador Jaques Wagner (PT-BA), o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que está cotado para assumir o Ministério da Fazenda em 2023.
Pelo lado norte-americano: Juan Gonzales, assessor do governo dos EUA para América Latina; Ricardo Zúñiga, vice-secretário de Estado para assuntos de Hemisfério Ocidental; e Douglas Koneff, encarregado de negócios da embaixada no Brasil.
Data da viagem
A viagem de Lula aos Estados Unidos só deve acontecer após a sua diplomação como presidente da República pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para o dia 12.
Após a reunião, o ex-chanceler Celso Amorim afirmou que Lula não descartou viajar ainda em dezembro, mas indiciou que prefere viajar em janeiro, após tomar posse na Presidência da República.
Lula citou providências que precisam ser adotadas, negociações em curso em Brasília, para justificar a preferência por viajar em 2023.
“[Lula] valorizou muito o fato de o convite ser feito desta maneira, mas que talvez não desse para estar [nos EUA] antes da posse. Mas que ele acha que dá para ir logo no início do ano também já em uma visita oficial como presidente”, disse Amorim.
No encontro, Sullivan presenteou o presidente eleito com uma camisa da seleção norte-americana de futebol.
Temas discutidos
De acordo com Amorim, que integra a equipe de transição na área de relações exteriores, Lula e Sullivan tiveram "uma conversa muito ampla" com quase duas horas de duração sobre temas regionais e mundiais, entre os quais:
-Mudanças climáticas
-Guerra na Ucrânia
-Reforma do Conselho de Segurança da ONU
-Situação na Venezuela e no Haiti
-Saúde
-Comparações entre trumpismo e Bolsonarismo
-Fortalecimento da democracia na região
-Cooperação em desenvolvimento e tecnologia
Segundo o ex-chanceler, a reunião não debateu de forma detalhada como Brasil e EUA podem atuar no combate às mudanças climáticas, mas se reconheceu a importância do engajamento dos dois países.
O Brasil ao longo do governo Bolsonaro registrou altos índices de desmatamento da Amazônia, o que gerou críticas de outros países.