O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Brasília nesta quarta-feira (6) para se reunir com senadores com o discurso de que, caso Dilma Rousseff volte ao Palácio do Planalto, o governo será "diferente", e terá ele no comando.
Lula se convenceu de que a proposta de um plebiscito para novas eleições presidenciais, defendida por alguns senadores aliados a Dilma, não é suficiente para reverter o impeachment. Para o ex-presidente, a tese só é viável caso haja o apoio público de pelo menos 27 dos 81 senadores.
Esse é o número que a petista precisa ter em votos no plenário do Senado para se livrar do afastamento definitivo. Na primeira fase do processo na Casa, Dilma teve apoio de 22 parlamentares.
A pessoas próximas, Lula já confidenciou saber que hoje não há 27 senadores dispostos a defender publicamente a ideia de novas eleições presidenciais e que, por isso, tentará reverter votos em favor de Dilma com a promessa de que mudanças na política econômica serão imediatas caso ela retome o cargo.
A aposta dos petistas para que o sentimento de volta, Dilma; surja entre os parlamentares é no que chamam de imponderável, dos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.
Segundo eles, as investigações poderiam desgastar o presidente interino, Michel Temer, caso atinjam novos quadros importantes do governo, e assim trazer reflexos negativos para a economia.