Há 27 anos à frente da Orquestra Sinfônica de Teresina, o maestro Aurélio Melo disse que foi comunicado sobre a suspensão do contrato com a Associação dos Amigos da Orquestra Sinfônica de Teresina. Ele disse que essa é uma nova gestão deTeresina e ela tem uma nova forma de administrar. No entanto, sua indignação é com a forma como foi conduzida a suspensão do contrato. "A OS foi uma orientação da Prefeitura de Teresina que tinha dificuldade para manter os artistas nos quadros da Fundação, pois eram bolsistas e o Ministério Público não permitia", explica o maestro.
Aurélio Melo disse que essa foi uma época em que a Orquestra Sinfônica de Tersina estava em ascensão e foi criado então um mecanismo para garantir o pagamento dos artistas, com segurança juridica. Segundo o maestro, foi adotado um mecanismo já aplicado em outras prefeituras do país.
A OS funcionou direito, músicos contratados, seguindo todos os trâmites da legislação trabalhista e o pagamento feito pela Prefeitura cai direto na conta do músico. Não há atravessadores.
No início, a Organização Social era somente para músicos da OST e, posteriomente, a Prefeitura voltou a ter problemas com músicos da Orquestra Sanfônica, bandas de músicas e, então, a PMT pediu para que a Associação encampasse os profissionais dos projetos de sanfona, bandas de violão, Orquestra Sanfônica e assim foi feito.
Aurélio Melo diz que em em nenhum momento foi atravessador. Existe uma planilha e o pagamento sai da PMT, vai para o banco e cai direto na conta do músico cadastrado. "Esse contrato era renovado a cada cinco anos", diz, afirmando que o recurso mensal era para o pagamento de 170 músicos. "Todo o projeto era investido cerca de R$ 400 mil e somente a OST o valor era R$ 210 mil e há uma planilha organizada", diz o maestro, que também está preocupado com a situação dos músicos com a ruptura do contrato, por ser uma classe bastante afetada com a pandemia, já que não há festas, casamentos, formaturas para tocar.
O maestro está decepcionado pois há 27 anos vendeu uma ideia, um sonho de que Teresina poderia ser uma cidade como qualquer grande capital, com uma orquestra. "Vendi essa ideia para os músicos e a cidade", disse, enfatizando que a OST cresceu, evoluiu e se tornou patrimônio cultural de Teresina e do Piauí. "Entendo que a administração é outra e ela tem outra forma de gerir os recursos. No entanto, não há razão para designar a Associação de atravessadora, já que ela não ficava com dinheiro dos músicos.
O maestro disse que as reuniões com o presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves foram respeitosas, mas os músicos ainda não entenderam qual vai ser a nova ferramenta para o pagamento.
Versão da Fundação Municipal de Cultura
A Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, disse que não existe nenhuma possibilidade dos projetos serem extintos, pois beneficiam diretamente e indiretamente dezenas de teresinenses e se trata de um leque de patrimônio imaterial da cidade, construído com muito esforço e parte inseparável da história de nossa capital.
O que ocorreu, segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, Sheyvan Lima, foi apenas o fim de intermediários na contratação destes profissionais, ou seja, o fim de contratos com ongs e associações. Isso irá gerar uma economia direta aos cofres públicos, criando ainda a possibilidade do aumento de profissionais contratados nas mais diversas áreas da cultura.
A Fundação Municipal de Cultura esclarece ainda que é preciso ter cuidado com as fakenews, pois elas acabam colocando em risco o direito do cidadão de ter acesso a verdade. Para qualquer dúvida relacionada a cultura o cidadão poderá acessar o site cultura.teresina.pi.gov.br ou as redes sociais da instituição.