Mais de 4 mil pessoas estão na fila por cirurgia no Piauí

Diversos hospitais do interior têm boa estrutura e não fazem as cirurgias porque faltam profissionais e equipamentos.

Teresa Britto | Thiago Amaral
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Mais de 4 mil pessoas estão na fila de espera para fazer uma cirurgia eletiva, dos quais 1.700 são por causas traumáticas de ortopedia. A informação é da deputada estadual Teresa Britto (PV).

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A deputada diz que diversos hospitais do interior têm boa estrutura e não fazem as cirurgias porque faltam profissionais e equipamentos. “O hospital de Barras tem estrutura e poderia, se tivesse investimentos, atender boa parte da região Norte, como Cabeceiras Batalha, Luzilândia, Esperantina e tantas outras. O hospital de São Miguel do Tapuio é grande, tem sala de cirurgia, mas funciona apenas como um ambulatório. Isso é um absurdo, uma falta de compromisso do governo que não faz concurso e nem compra equipamentos”, denunciou.

Deputada diz que faltam profissionais e equipamentos em hospitais do interior (Thiago Amaral)

A deputada afirmou que recebe reclamações de pessoas que estão há dois anos esperando uma cirurgia e pessoas que estão há seis meses com membros quebrados e que não conseguem uma operação ortopédica. 

“Isso tudo foi discutido ontem na audiência pública da Comissão de Saúde. A saúde pública nos obriga a fazer essas cobranças e a entrar com ação civil pública para responsabilizar quem comete essas irregularidades. A saúde não tem preço e nós vamos fiscalizar mais ainda”, afirmou.

Teresa Brito citou ainda que os hospitais de Simplício Mendes, São João do Piauí e Urucuí poderiam atender mais se o governo tivesse interesse e colocasse equipes de cirurgiões, de enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de equipamentos.  "O Hospital de Picos, apesar de ter uma boa equipe, não tem estrutura e o governo nada faz”.

A deputada informou ainda que os hospitais de Teresina estão superlotados, mas é quem vem dando vazão à demanda por mais saúde pública e que os casos atendidos aqui deveriam ser somente os de alta complexidade, deixando os casos menos graves para os hospitais do interior. “Os recursos da Covid são do Governo Federal. Cadê a parte do Estado, que não paga nem o cofinanciamento aos municípios, o que é obrigado por lei?”, indaga.

A deputada propôs que o governo faça mutirões para atender imediatamente todos os pacientes que estão na fila e afirmou que um dos problemas é que todas as compras estão centralizadas na Secretaria de Saúde, com os hospitais não tendo autorização sequer para adquirir um comprimido contra dor. “Vou encaminhar o relatório da audiência pública ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público e aos conselhos regionais de Medicina e de Enfermagem. Esse absurdo não pode continuar”, assegurou.

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