Marco Aurélio nega pedido de Bolsonaro de barrar decretos em 3 estados

Ministro negou pedido de suspender decretos com restrições por causa da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal, na Bahia e no Rio Grande do Sul.

Marco Aurélio nega pedido de Bolsonaro de barrar decretos em 3 estados | Reprodução
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O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou hoje o pedido apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para suspender decretos com restrições por causa da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal, na Bahia e no Rio Grande do Sul.

A ação do presidente foi apresentada ao STF na última sexta-feira (19). O argumento dele era de que as medidas restritivas são inconstitucionais porque só poderiam ser adotadas com base em lei elaborada pelo Legislativo, e não por decretos de governadores. O atual entendimento do STF, no entanto, dá autonomia a estados e municípios para ações contra a pandemia, sem dispensar o governo federal de centralizá-las.

Imagem: Carlos Moura/SCO/STF 

Em sua decisão, Marco Aurélio ressalta que governo federal, estados e municípios têm competência para adotar medidas, citando a Constituição Federal. "Há um condomínio, integrado por União, Estados, Distrito Federal e Municípios, voltado a cuidar da saúde e assistência pública", diz.

Ante os ares democráticos vivenciados, impróprio, a todos os títulos, é a visão totalitária. Ao Presidente da República cabe a liderança maior, a coordenação de esforços visando o bem-estar dos brasileiros.

No documento, o ministro ainda considerou que não cabe ao presidente acionar diretamente o STF — ele assinou sozinho a ação, sem representação da AGU (Advocacia-Geral da União). "O Chefe do Executivo personifica a União, atribuindo-se ao Advogado-Geral a representação judicial, a prática de atos em Juízo. Considerado o erro grosseiro, não cabe o saneamento processual."

Atual decano da corte, Marco Aurélio disse na semana passada, em entrevista ao UOL, que via o pedido de Bolsonaro como uma atitude que está "na contramão" do que o STF definiu no início da pandemia e que, na avaliação dele, o presidente está "querendo ter hegemonia nas decisões".

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