A defesa do empresário Marcos Valério, operador do mensalão, entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido para que ele seja transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para Belo Horizonte (MG).
Na solicitação, encaminhada na segunda-feira (23) ao Supremo, o advogado Marcelo Leonardo pede que seu cliente passe a cumprir a pena no presídio Nelson Hungria, de segurança máxima, em Belo Horizonte. Ele alega que a medida atende a um pedido da família de Valério, já que sua mãe é idosa e teria dificuldades de locomoção para visitá-lo, além do alto custo das passagens aéreas para Brasília.
"É um pedido dele e da família. Tem sido muito oneroso para a família viajar toda semana para Brasília e tem a mãe dele, que é idosa, que gostaria de visitá-lo, mas não pode pegar um avião", esclareceu o advogado. Segundo Marcelo, Marcos Valério não tem feito queixas sobre suas condições na Papuda, onde está preso há mais de um mês.
Valério foi condenado pelo Supremo por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e a uma pena de 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão, além do pagamento de R$ 2,78 milhão em multas.
Ao todo, o STF já autorizou a transferência de sete presos por envolvimento com o mensalão para cumprir pena perto da família. Entre eles estão: o ex-deputado do PTB, Romeu Queiroz, e os ex-dirigentes do Banco Rural, José Roberto Salgado e Vinicius Samarane, que foram levados para presídios de Minas Gerais na última segunda-feira (23).
Apesar de terem sido liberados para cumprirem as penas do mensalão em seus Estados, os ex-deputados Pedro Henry (PP-MT) e Pedro Corrêa (PP-PE) tiveram que passar o Natal ainda em Brasília. A expectativa é que sejam deslocados até o fim da semana para Mato Grosso e Pernambuco.
Segundo informações do Ministério da Justiça, os dois não viajaram ainda porque não havia vagas nos voos. Eles devem ser levados algemados, em voo comercial e monitorados por dois agentes penitenciários. Henry foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Corrêa foi condenado pelos mesmos crimes e cumprirá o mesmo tempo de pena.
Também condenados no esquema do mensalão, os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB) e José Genoino (PT-SP) ainda aguardam uma definição do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, para saber onde vão cumprir suas penas, já que solicitaram prisão domiciliar.