Em entrevista ao Agora, da Rede Meio Norte, nesta quarta-feira (09), a deputada federal Margarete Coelho (Progressistas) elencou as principais mudanças que devem ser aprovadas no Congresso Nacional no âmbito das eleições do próximo ano, destacando-se a reserva de cadeiras para mulheres, fim da participação dos partidos que não atingiram o quociente nas 'sobras', e uma redução no número de candidatos por partido.
Relatora do grupo de trabalho sobre a reforma eleitoral, Coelho ainda deixou explícita a dificuldade para a implementação do voto impresso.
"Estamos com o processo eleitoral em embulição, acabo de sair de uma reunião, sessão extraordinária com o ministro Barroso, estou fazendo as novas regras infraconstitucionais, aqui no nosso campo tenho a impressao que teremos o retorno do cãlculo das sobras, apenas dos municípios que atingirem o coeficiente partidário, creio que teremos um número menor de candidatos, regras das campanha da internet mais definidas, e ajustes bem pontuais em relação ao processo de prestação de contas", afirmou.
A parlamentar piauiense pontuou que o sistema distrital deve ser acolhido pelos demais deputados caso seja levado ao Plenário da Casa Legislativa. "Tenho a impressão que se o sistema distrital chegar no plenário será bastante defendido, e temos a questão do voto impresso, que apesar de ser uma pauta dos apoiadores do presidente Bolsonaro, teremos uma resistência maior. (Na minha visão) Muda o fim da participação nas sobras de quem não fez o coeficiente eleitoral, creio que o número de candidatos será reduzido, cada partido terá um número de candidatos correspondente ao número de vagas, e acho que a reserva de cadeiras para as mulheres passa também. Creio que haverá uma antecipação no período de registro de candidaturas, acho que isso vai passar também, acho que vamos ter uma acessibilidade maior, reserva nas candidaturas para pessoas com deficiência, são normas aparentemente simples, mas que trarão grandes impactos no processo", disse.
Margarete Coelho ainda teceu críticas ao Senado quanto a morosidade na votação das propostas em torno das mudanças eleitorais. "O Senado tem votado muito lentamente, nossa ideia é ter tudo isso até o final de agosto votado".
Lula em 2022
"O cenário de 22 precisamos estabelecer as candidaturas, meu partido tendo candidato tenho que seguir ele, é um exercício de futurismo e é preciso esperar que ele se estabeleça. Agora, o Lula realmente é um grande candidato, muito querido no Nordeste".
Voto impresso
"Se hoje já temos uma eleição judicializada, com o voto impresso vamos triplicar, além do orçamento, que estima-se que para ter uma urna acoplada seria R$ 3 bilhões. E com qual objetivo? Não temos prova de fraudes e as urnas tem apresentado a possibilidade de alternância no Poder. Acho que precisamos trazer esse debate para o centro, acho que as urnas precisam ser mais transparente sim, mas esse debate não pode ser capturado pelos extremos".
Manutenção no Progressistas
"O que tenho dito é: temos tantos problemas para tratar, ontem mesmo me reuni com o presidente do Dnocs, venho participando de dois grupos fortíssimos no Congresso, temos feito um esforço enorme para que as vacinas cheguem a todos os piauienses, temos feito um trabalho enorme por regras claras da economia, creio que fazer um exercício de futurologia política é até um desrespeito ao cidadão, vamos deixar para discutir 2022 em 2022".