Recentemente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), surpreendeu ao adotar uma postura colaborativa, fornecendo detalhes incriminatórios de sua atuação durante o governo passado. Segundo fontes consultadas, Cid prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (25/8) e segunda-feira (28/8), totalizando quase 16 horas de declarações. O teor de suas revelações inclui seu envolvimento no caso das joias sauditas e aborda também a relação entre Bolsonaro e o hacker Walter Delgatti, sob investigação por supostamente planejar a descredibilização das eleições e a interceptação ilegal do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As fontes indicaram que o valor das informações compartilhadas por Cid será avaliado conforme os parâmetros estabelecidos pela legislação vigente, que englobam a divulgação da estrutura hierárquica e da distribuição de responsabilidades dentro da suposta organização criminosa.
Contudo, possíveis acordos de delação premiada ou concessões de benefícios em troca de confissões ainda não estão decididos. Atualmente, a abordagem da PF consiste em ouvir o depoente e, antes de oferecer quaisquer benefícios legais, cotejar as declarações com as evidências já coletadas ou que venham a ser produzidas.
Neste caso específico, os investigadores dispõem de uma rica quantidade de evidências, como registros de localização obtidos através de torres de telefonia e dispositivos GPS de aparelhos celulares. Além disso, há correspondências eletrônicas, bem como informações fiscais e bancárias de todos os envolvidos.
Ao jornal O Globo, o advogado do tenente-coronel, Cézar Bittencourt, relatou que sua equipe está em processo de exame de um "volumoso material". Nesta quinta-feira (31), o Cid será novamente inquirido, marcando o terceiro depoimento da série. No mesmo dia, a PF tem agendado depoimentos de outras figuras vinculadas ao caso, incluindo o próprio ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL).
A possibilidade de que o militar efetuasse uma confissão veio a público inicialmente por meio da revista Veja, em 18 de agosto. Desde então, a defesa do tenente-coronel ofereceu interpretações divergentes sobre essa perspectiva, chegando até mesmo a negar a intenção de confissão. No decorrer desta semana, a mídia começou a noticiar que Cid estava disposto a cooperar.
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