Médica morta em hotel: Ex-prefeito pagou conta antes de socorrer a esposa em estado crítico

Os socorristas relataram que Fuvio aparentava calma e terminou de pagar a conta antes de levá-los ao quarto onde a vítima estava.

As provas periciais apontaram inconsistências na versão dos fatos apresentada por Fuvio em relação ao exame cadavérico. | Reprodução
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O ex-prefeito de Catuji, Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, priorizou pagar a conta do hotel antes de socorrer sua esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, que estava gravemente ferida no quarto. Ela faleceu no dia 2 de setembro de 2023, em Colatina, no Espírito Santo.

Conforme informado pelo Ministério Público Estadual (MPES), durante o pagamento, ele ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os socorristas relataram que Fuvio aparentava calma e terminou de pagar a conta antes de levá-los ao quarto onde a vítima estava.

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O MPES recorreu ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) para que Fuvio seja julgado por feminicídio qualificado por asfixia, fraude processual e consumo compartilhado de drogas, desafiando a decisão inicial de absolvição pelo Tribunal de Justiça.

O Ministério Público argumenta que a decisão da 1ª Vara Criminal de Colatina foi apressada. 

"As provas produzidas no processo trazem depoimentos, laudos técnicos diversos e provas periciais e documentais robustos e irrefutáveis. Destaca também que essas provas demonstram as contradições do réu", destacou o MP.

Depoimentos indicam que Fuvio era responsável pela obtenção e transporte das drogas. No Boletim de Ocorrência, foi encontrado um medicamento controlado usado como anestésico, no estacionamento do hotel, diretamente abaixo do quarto do casal.

"Ele adquiria os medicamentos por meio dos receituários assinados pela esposa no nome dele. O recurso ministerial também destaca que o ex-prefeito fez uma compra de drogas no valor de R$ 16 mil no final de agosto de 2023, dias antes dos fatos", acrescentou o MP.

O documento apresentado ao Tribunal de Justiça inclui diversas provas, como imagens das câmeras do hotel, reconstituindo os eventos. 

"As imagens de vídeo monitoramento do hotel mostraram que o réu demorou aproximadamente uma hora para chamar o socorro após perceber que esposa estava em uma condição crítica", informou o MP.

O órgão também ressaltou a indiferença de Fuvio com a vítima, observando que o médico socorrista do Samu não o encontrou ao lado da esposa. Ele estava pagando a conta do hotel antes de levar os socorristas até o quarto. 

"Ele estava pagando a conta do hotel. O socorrista relatou que esperou o ex-prefeito, que aparentava tranquilidade, terminar de pagar a conta, para só então se dirigirem ao quarto onde a vítima foi encontrada", acrescentou.

As provas periciais apontaram inconsistências na versão dos fatos apresentada por Fuvio em relação ao exame cadavérico.

"Assim, diante das muitas provas robustas incluídas nos autos, o MPES considera haver indícios de autoria e materialidade suficientes para que o réu fosse levado a julgamento pelo Tribunal do Júri", finalizou o órgão.

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