Antes de fugir para a Europa, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato confidenciou a amigos próximos sua indignação por ser o único de seu grupo julgado e condenado.
Pizzolato, porém, disse que não entregaria o quarteto ? um trato de Omertà, o notório pacto de silêncio entre mafiosos italianos.
Referia-se a Cláudio Vasconcelos, Fernando Oliveira, Douglas Macedo e Ivan Guimarães. Os três primeiros foram citados no relatório final da CPI dos Correios em 2006, mas sobrou apenas para Pizzolato. O quarteto era intimamente ligado a Pizzolato em suas operações e atividades.
Vasconcelos foi gerente de Propaganda do BB na gestão de Pizzolato; Oliveira e Macedo, respectivamente, diretor e gerente de Varejo ? ambos do conselho da Visanet.
Guimarães presidiu o Banco Popular (BP), braço do BB criado pelo ex-presidente Lula. Em 2004, primeiro ano, o BP cometeu o primeiro milagre de instituição financeira recém-criada: já havia "investido" R$ 25 milhões em publicidade, mas emprestado apenas R$ 20 milhões.
O Banco Popular foi um fiasco com o dinheiro do povo. Fechado um ano após criado, com prejuízo de R$ 144 milhões, foi absorvido pelo BB. Ninguém foi punido.
Com o caso Pizzolato à tona na Itália, recém-indiciado por falso testemunho e falsidade ideológica, o País não deve extraditá-lo tão cedo. Nem o PT quer. A Justiça romana solicitou a tradução das 8 mil páginas do processo no STF e depois levará meses para análise. E os italianos não esquecem o abrigo ao assassino condenado Cesare Battisti, concedido por Lula.