Após reunião da Executiva Nacional, o PDT decidiu nesta segunda-feira (5) permanecer na base aliada do governo mesmo que venha a perder o comando do Ministério do Trabalho.
Segundo o presidente interino do partido, deputado André Figueiredo (CE), não serão indicados nomes para substituir Carlos Lupi até a reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012.
"[Escolha do substituto] é uma decisão da presidenta Dilma. O PDT ratificou que independente de cargos nós somos da base do governo [...] Nem discutimos nomes até por conta de que não sabemos se a presidenta Dilma vai definir se o PDT continua no Ministério do Trabalho ou se continua em outro ministério. Por isso resolvemos não discutir nomes", disse.
Figueiredo afirmou que será criada uma comissão, formada por ele, os líderes do PDT na Câmara e no Senado, o secretário-geral do partido, Manoel Dias, e o vice-presidente do partido, deputado Brizola Neto (RJ), para negociar com a presidente Dilma o papel da legenda no governo e cargos em ministérios.
"A comissão será para levar a opinião do partido [à presidente Dilma]", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Segundo Brizola Neto (PDT-RJ), "a comissão é para fazer a interlocução com o governo, para dar respostas ao governo. O partido tem que ver o que o governo quer do partido".
Segundo os deputados pedetistas presentes à reunião, Lupi irá tirar dezembro para "descansar" e assumirá a presidência da legenda em janeiro.
"A gente espera que ele [Lupi] volte no dia 30 de janeiro na reunião do Diretório Nacional. Até lá, evidentemente, a gente tem a expectativa de que a presidente Dilma já tenha feito a reforma ministerial e aí sim ela vai dizer se o PDT vai ficar com alguma pasta ou não?, afirmou o presidente interino do PDT, André Figueiredo.
Segundo ele, Lupi tem "total apoio e confiança" do partido. "Ele tem a confinaça de todos que verdadeiramente conhecem o caráter dele", disse.
Exoneração
Lupi pediu exoneração do cargo de ministro neste domingo, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. Em seu lugar, segundo o Palácio do Planalto, ficará interinamente o secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto.
A decisão de sair ocorreu após um mês de denúncias de irregularidades na pasta, declarações polêmicas, perda de apoio do próprio PDT e recomendação da Comissão de Ética Pública, que sugeriu à presidente Dilma Rousseff a exoneração.
Em nota, o ex-ministro disse que pediu a exoneração após "perseguição política e pessoal da mídia".