O presidente em exercício Michel Temer, disse em entrevista à Rádio Estadão nesta sexta-feira (24), que considera o Mercosul "importante", mas que, na visão do governo, é preciso rediscutir o bloco para atender ao objetivo da política externa do governo, de ampliar relações com o maior número de países do mundo, segundo ele.
Temer deu a declaração ao ser questionado sobre as bases da política externa de seu governo. Ele afirmou que tem "conversado muito" com o ministro José Serra, das Relações Exteriores, sobre ter contato "das mais variadas espécies com todos os países". Na opinião do presidente em exercício, o Mercosul hoje dificulta que o Brasil faça acordos tarifários com parceiros.
"O que o Serra tem dito é que é preciso reequacionar o Mercosul. O Mercosul é importante, não há dúvida nenhuma. Temos um acordo em andamento com a União Europeia, estamos envidando esforços para esse acordo [...] No Mercosul, o Brasil tem dificuldade de fazer acordo tarifário, porque está preso ao compromisso do bloco. Temos que rediscutir o Mercosul, não para eliminá-lo, mas para dar diretrizes dessa ideia de universalizar as relações [com outros países]", afirmou o presidente em exercício.
Ainda no tema de relações exteriores, Temer foi questionado sobre os efeitos que a saída do Reino Unido da União Europeia pode trazer para o Brasil. Ele disse que o governo vai analisar os impactos econômicos no país da decisão britânica. Na tarde desta sexta, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem uma reunião com o embaixador do Reino Unido em Brasília, Alex Allis.
"Achamos que a Inglaterra decidiu, até por consulta popular, e portanto decisão política não vamos discutir. Temos de verificar questões econômicas. O ministro Meirelles vai se encontrar com o representante britânico, discutir, vamos esperar acontecimentos, mas só depois que eles se consolidem. Num primeiro momento, estamos vendo queda das bolsas, mas, num segundo momento, vamos verificar qual o impacto que o Brasil vai sofrer", disse Temer.