A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que a oferta do governo para este ano é de um salário mínimo de R$ 545, caso as centrais sindicais queiram manter o atual acordo para reajuste do mínimo. "O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção do acordo pelo período do nosso governo. Se querem, o que nós propomos para este ano é R$ 545", disse Dilma a jornalistas em Porto Alegre. Dilma ainda reforçou a importância da manutenção do acordo, porque segundo ela, criou uma metodologia para correção do mínimo.
O governo alega que tem um acordo com as centrais sindicais de corrigir o mínimo conforme a inflação do último ano mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País de dois anos anteriores. Como em 2009 o mundo ainda passava pela crise financeira, o crescimento do PIB brasileiro foi próximo a zero.
No dia 14 de janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o valor do mínimo será de R$ 545, em função do acréscimo da inflação de dezembro. Parlamentares e sindicalistas querem R$ 580. As centrais pedem ainda a correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços para o Consumidor (INPC) para a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o que daria 6,46%. Elas querem também o reajuste de 10% nas aposentadorias e pensões da Previdência Social.
O aumento do mínimo, contudo, pode pesar nas contas governamentais. Além do impacto direto do aumento, que a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo eleva em R$ 286,4 milhões as despesas orçamentárias relacionadas, há ainda a influência indireta sobre as aposentadorias acima de um salário mínimo e a expectativa de que o valor possa subir excessivamente no próximo ano, quando o reajuste levará em conta o crescimento do PIB em 2010.