A média de votos necessária para eleger um deputado no Piauí este ano deverá aumentar, tornando ainda mais acirrada a disputa por uma vaga nas Casas legislativas. As estimativas projetam os quocientes eleitorais para o pleito de 2010 à Câmara Federal em 176.496 votos e à Assembléia Estadual em 58.730 votos. Os dados foram repassados pelo economista Maurício Costa Romão. A menor votação entre os 40 parlamentares eleitos no Estado deve girar em torno de 17.560 votos para a Alepi e, no mínimo, 46.065 votos no Congresso.
Formado pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e Secretário de Administração e Reforma de Pernambuco entre 1999 e 2006, Romão explica que os aspirantes a deputado têm que garimpar votos acima desses mínimos se quiseram ter esperança de ser eleitos. ?Ter votos acima do mínimo não garante a ascensão aos parlamentos, mas os deixam no páreo. Abaixo desses mínimos, é muito difícil?, argumenta o economista.
A menos de oito meses das eleições, as siglas piauienses ainda costuram as alianças que enfrentarão as urnas com chapas proporcionais. O cálculo é decisivo, já que as coligações podem ser responsáveis por alavancar ou tirar um candidato da disputa. Em 2006, por exemplo, o parlamentar mais votado no Piauí para a Assembléia foi a deputada Lílian Martins (PSB), que alcançou a marca de 55.795 votos.
Do outro lado das estatísticas está o deputado estadual Dr. Pinto (PDT), que conseguiu uma cadeira na Alepi com 16.131 votos e a ajuda da legenda. O quociente partidário - que é a divisão dos votos válidos pelo número de vagas do estado - determina a quantidade de deputados a que cada partido ou coligação tem direito. Pela lógica estipulada pela Justiça Eleitoral, nem sempre os candidatos que são muito bem votados são eleitos, assim como há candidatos que se elegem mesmo tendo menos votos, já que seus partidos ou coligações precisam atingir o quociente eleitoral.
Na última eleição majoritária, o candidato do PMDB, Alberto Silva, foi eleito com 41 mil votos, enquanto o candidato tucano à deputado federal, R.Sá Filho, ficou de fora da Câmara com o dobro de votos do ex-governador. No bloco da oposição, as negociações proporcionais entre DEM, PSDB, PPS estão adiantadas, podendo até incluir o PP. Já na base aliada o clima é de dúvidas. A maioria dos acordos estão dependendo da definição do cabeça de chapa. Legendas como o PT e o PMDB garantiram que só aceitam a coligação se ela acontecer em todos os níveis. (S.B.)