Nas tratativas finais para anunciar a equipe ministerial do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff cogita nomear o governador da Bahia, Jaques Wagner, para o Ministério da Defesa e deslocar o ministro Ricardo Berzoini para as Comunicações, como desejava o PT.
Na segunda-feira (22), emissários de Dilma ainda tentavam convencer o governador Cid Gomes (Ceará) a assumir o Ministério da Educação. Cid tinha a ambição de passar um tempo em Washington, ocupando um cargo no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Os atuais dignitários, que devem ser substituídos, são Celso Amorim (Defesa), Paulo Bernardo (Comunicações) e José Henrique Paim (Educação).
O martelo ainda não foi batido para muitos cargos, o que acontecerá até 29 de dezembro, mas já há definições prontas para divulgação. Não está descartada a definição de um bloco de ministros ainda nesta terça-feira (23).
PMDB
A presidente deu sinais ao PMDB de que irá, de fato, indicar o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) para o Ministério de Minas e Energia e Katia Abreu (PMDB-TO) na Agricultura. Ambos os nomes já eram ventilados.
Além dessas duas pastas, as negociações de segunda-feira indicavam que o partido aliado pode ficar com Portos, Pesca e Aviação Civil, que deve trocar de titular. Pelas conversas, sairia o atual ministro, Moreira Franco, e entraria o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) como representante da Câmara.
Sobre o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a expectativa do partido é esperar pela manifestação do Ministério Público para saber se o parlamentar pode assumir uma vaga no primeiro escalão. Se não tiver seu nome vinculado na Operação Lava Jato, como já chegou a ser veiculado na imprensa, ele poderia assumir o Turismo, mas isso não ocorreria agora.
O presidente da Câmara deve divulgar nas próximas horas uma nota informando a decisão de cumprir seu mandato até o fim, portanto até 31 de janeiro, agradecendo o empenho do PMDB para indicá-lo para um novo ministério de Dilma e reforçando que considera as citações de seu envolvimento com esquema de corrupção na Petrobras absurdas.
Alves disputou a eleição para o governo do Rio Grande do Norte, mas acabou derrotado. Ele ficará sem mandato após 44 anos de Câmara.
ITAMARATY
Caso Jaques Wagner vá mesmo para a Defesa, Celso Amorim, hoje o ministro que comanda as Forças Armadas, poderia retornar ao Itamaraty. Dilma considera, ainda, outros dois diplomatas para o cargo: os embaixadores Mauro Vieira e Antônio Simões.
Se o deslocamento de Berzoini para as Comunicações for mesmo confirmado, a presidente terá de encontrar um novo articulador político do governo. O cargo pode seguir tanto nas mãos do PT como ir para as mãos de outro partido.
O PP tende a ficar com a Integração Nacional, posto que pode ser ocupado por Aguinaldo Ribeiro, ex-ministro das Cidades, pasta que será comandada por Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo.