As suspeitas de pedido de propina por pastores indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para intermediar reuniões no Ministério da Educação (MEC) foram avaliadas pelo Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, como 'corrupção virtual'. As informações são do Portal A Tarde.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o pepista disse não acreditar que o episódio atrapalhe o discurso anticorrupção do governo. "Não houve corrupção. É uma corrupção virtual. Existem as narrativas, mas o que foi desviado lá? Não foi pago nada", afirmou.
Com relação as eleições de outubro, Nogueira tem convicção de que Bolsonaro só perde para ele mesmo, caso tome decisões equivocadas na economia. Além disso, ressaltou que o segundo turno entre o liberal e o ex-presidente Lula (PT) "já começou".
Membro do principal partido do Centrão, o PP, o piauiense defendeu a aliaça entre o bloco de partidos e os militares. A dobradinha, que pode ser reforçada com a candidatura de Braga Netto a vice-presidente, "está dando certo para o país", segundo Ciro Nogueira.
A entrevista foi dada dois dias depois de, na sexta-feira, 8, se tornar público relatório da Polícia Federal (PF) que afirma que o ministro cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob a suspeita de ter recebido propina da JBS em troca de apoio para a reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014.
Sobre o assunto, a assessoria do ministro chamou a conclusão da PF de "enredo fantasioso", afirmando que Nogueira será inocentado e que o episódio não tem relação com a participação dele no governo Bolsonaro, mas com "o período turbulento da criminalização da política".