O ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi ouvido nesta quinta-feira, 16, na Comissão de Educação do Senado, presidida pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI). Na audiência, o ministro disse que o problema da educação no Brasil não é somente dinheiro, mas de gestão e comentou que foi mal compreendido em algumas de suas falas e explicou que somente um diploma universitário não resolve o problema do jovem e disse ser necessário estar atento à demanda do mercado.
"Grande demanda do mercado é por técnico de nível médio, profissional de categoria", disse, enfatizando que jamais quis acabar com sonhos de jovens de qualquer parte do Brasil que desejam ser médicos.
"Não quero acabar com o sonho de ninguém. Quero que todos estudem", disse o ministro, que apoia o ensino superior no Brasil e destacou que o Ministério da Educação vai criar a primeira universidade digital no País e ampliar o acesso a todos, que permite atingir milhões de pessoas com determinado quadro funcional.
Orçamento
O ministro falou do orçamento para educação e declarou que todos os dias, o MEC ordena R$ 480 milhões considerando valor de custeio. "É o terceiro maior orçamento da Esplanada", disse o ministro e falou que as universidades terão aumento de 17% no orçamento e os institutos federais caminham para 28%. "Hoje temos 69 universidades federais e 281 campi e Institutos Federais temos 38 com 670 campi", disse, explicando que além da visão política e de mercado, há um número muito maior de institutos federais.
O ministro explicou ainda sobre o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal e o INEP abriu mais prazo para alunos efetuarem sua inscrição gratuita no ENEM. O ministro falou ainda que foi aberta oportunidade para inscrição gratuita no ENEM e muitos alunos efetuaram inscrição e não compareceram ao local das provas.
"O INEP deu oportunidade para justificativa dos alunos e não recebeu resposta. Em ano de pandemia, o MEC pagou R$ 300 milhões para confecção de prova, logística e não houve justificativa do aluno. Esse dinheiro dava para construir uma escola", disse.
Protagonistas
O ministro diz que no ano da pandemia, os protagonistas foram os médicos, os profissionais de saúde e os hospitais. "No pós-pandemia, os protagonistas serão os professores, os profissionais de educação e as escolas", disse.
Descentralização dos institutos federais
O ministro Milton Ribeiro destacou ainda que o staff técnico do Ministério da Educação faz análise em todos os estados e falou da descentralização dos institutos. "É um desdobramento administrativo, acadêmico e geográfico", disse.