O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral eleitoral, decidiu encaminhar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo um processo que poderá resultar na cassação da deputada Carla Zambelli, do Partido Liberal (PL), de acordo com informações divulgadas na segunda-feira (10 de julho de 2023). A ação foi levada à Corte Eleitoral a pedido da defesa da congressista, devido a outras ações semelhantes em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Zambelli.
Na decisão, o ministro Gonçalves destaca que o processo é de competência da justiça eleitoral de São Paulo e ressalta a importância de reunir os casos para uma tramitação mais eficiente. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi protocolada pela deputada Sâmia Bomfim, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol). O processo tem como objetivo investigar supostos abusos de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, alegando a divulgação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
“Cabe lembrar que a reunião de processos é medida que atende à racionalidade processual. Sob essa ótica, não se justifica a concentração, na Corregedoria-Geral Eleitoral, de todas as ações ajuizadas em quaisquer unidades da federação a respeito de fatos assemelhados, em prejuízo à tramitação célere das ações relativas ao pleito presidencial”, afirma trecho da decisão.
A ação argumenta que Zambelli teria se aproveitado de sua grande influência nas redes sociais para atacar instituições democráticas, buscando um protagonismo político baseado em fraudes e desinformação.
Mais denúncias
Nesta terça-feira, 11, o hacker Walter Delgatti Netto afirmou, durante depoimento, que a deputada Carla Zambelli pediu em setembro de 2022 para que ele invadisse as urnas eletrônicas e também pudesse adquirir a conta de e-mail e o telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O pedido foi feito durante encontro ocorrido na Rodoviária dos Bandeirantes, em São Paulo.
Na época, segundo Walter Delgatti, as pesquisas apontavam que o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, estava à frente do então presidente Jair Bolsonaro e durante este período, o ex-presidente junto com os seus apoiadores, sem apresentar provas, vinham desacreditando desacreditando e atacando a segurança do sistema eleitoral.