O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou veementemente a postura de Israel em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após suas declarações sobre a guerra em Gaza. Vieira classificou a reação israelense como uma "vergonhosa página da diplomacia de Israel". Nesta terça, 21, no Congresso Nacional, o presidente Rodrigo Pacheco defendeu uma solução pacífica para o conflito entre Israel e o Hamas.
Lula havia condenado as ações de Israel na Faixa de Gaza, denominando-as de "genocídio" e "chacina", em resposta aos ataques terroristas do Hamas em outubro anterior e comparou a atuação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, liderados por Adolf Hitler.
Em reação à fala de Lula, o presidente brasileiro foi declarado por Israel como persona non grata no país. O chanceler israelense, Israel Katz, exigiu um pedido de desculpas de Lula, considerando sua comparação como "promíscua" e "delirante". Além disso, uma conta vinculada ao governo de Israel nas redes sociais afirmou que Lula "nega o Holocausto".
Mauro Vieira repudiou as declarações das autoridades israelenses, considerando-as insólitas e revoltantes. Ele destacou a linguagem ofensiva e irresponsável utilizada pela chancelaria de Israel e criticou a distorção das posições do Brasil por parte das autoridades israelenses.
O ministro também acusou Israel de tentar desviar a atenção das mortes em Gaza, transformando o episódio em uma "cortina de fumaça". Ele ressaltou que o Brasil continuará agindo firmemente em relação a esse episódio, informando que o embaixador de Israel em Brasília e o governo Netanyahu foram avisados sobre a reação diplomática do Brasil.