O ministério do Interior alemão, Thomas de Maizière, pediu nesta sexta-feira (19), após uma reunião com seus colegas conservadores dos governos regionais, uma proibição parcial da burca. A iniciativa acontece em um momento em que a integração está no centro do debate político.
"Estamos de acordo em rejeitar a burca, estamos de acordo que também queremos introduzir legalmente a obrigação de mostrar o rosto onde for necessário para nossa sociedade: ao volante, nos processos administrativos, nas escolas e nas universidades, nos serviços públicos, ante os tribunais", disse em declarações à rede de televisão ZDF. De Maizière sustentou que um véu inteiro não é compatível com "uma sociedade cosmopolita".
"Queremos mostrar nossos rostos uns aos outros e esta é a razão pela qual concordamos em rejeitar isso, agora a questão é como traduzimos isso em uma lei", disse. De Maizière defendeu uma proibição parcial da burca, enquanto setores mais duros do partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã, apoiam uma proibição total. A proibição parcial provavelmente ganharia apoios no Parlamento, sustentou o ministro.
A grande coalizão que governa na Alemanha, integrada também pelos sociais-democratas (SPD), tem maioria no Parlamento.
A postura que De Maizière defende agora representa uma concessão à ala mais conservadora quando se aproximam duas eleições em Estados chave no próximo mês, num momento em que o partido de extrema-direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD) está posicionado para ter um avanço importante.
Após uma série de ataques em julho, alguns dos quais reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), o ministro anunciou no dia 11 de agosto uma série de medidas para reforçar a segurança no país.