O Ministério da Fazenda, a Polícia Federal e o ministro da Justiça saíram em defesa do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Todos negaram que haja qualquer investigação sobre a empresa do ministro da Casa Civil.
O dia foi movimentado no Palácio da Alvorada. Antonio Palocci não apareceu em público, mas a Casa Civil confirmou que ele esteve lá. O advogado-geral da União, os ministros da Fazenda e da Justiça também. José Eduardo Cardozo reforçou que não há qualquer investigação sobre o ministro da Casa Civil nem sobre a empresa dele.
?A própria Polícia Federal não tem nenhum inquérito, nenhuma investigação relativa ao ministro Palocci. Portanto, há muita especulação e poucos fatos?, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Mas a oposição insiste: quer explicações sobre o caso em, pelo menos, cinco comissões no Congresso. ?Pelo menos e pela primeira vez a Câmara vai dar um passo concreto no sentido de exigir informações e de iniciar um processo de apuração sobre o ministro-chefe da Casa Civil?, afirmou o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do Democratas na Câmara.
O PPS quer informações detalhadas da Polícia Federal e do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). O pedido foi feito à Procuradoria-Geral da República. De acordo com o jornal ?Estado de São Paulo?, o Coaf enviou um relatório à Polícia Federal comunicando que a empresa do ministro fez uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel de uma empresa que estava sendo investigada pela polícia.
Em nota, a empresa de Palocci disse que não recebeu qualquer comunicação do Coaf e que todas as atividades desenvolvidas respeitaram limites legais e éticos. A Polícia Federal afirmou que não há inquérito policial ou investigação criminal sobre o ministro nem sobre a empresa dele. O Coaf também divulgou nota esclarecendo que não enviou relatório à Polícia Federal comunicando operação financeira suspeita da empresa projeto.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, voltou a dizer que não há o que investigar. ?A mera manutenção de empresa de consultoria não constitui qualquer ilícito da atribuição do procurador-geral da República. Podemos ter aí, eventualmente, alguma questão do ponto de vista ético, que não cabe ao Ministério Público neste momento examinar?, declarou.
Em nota, o jornal o Estado de São Paulo reagiu aos desmentidos, afirmando que mantém o teor das informações que publicou.