Nesta terça-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou a remoção de dois vídeos e duas reportagens jornalísticas que traziam acusações de Jullyene Lins contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), incluindo agressão física, estupro e envolvimento em corrupção.
Os vídeos em questão foram divulgados pelos canais da Folha de S.Paulo e da Mídia Ninja no YouTube. As reportagens foram veiculadas pelo portal Terra e pelo Brasil de Fato. Na decisão, Moraes deu um prazo de duas horas para que a rede social retirasse o conteúdo do ar, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
A supressão dos conteúdos foi um pedido da defesa de Lira, que já havia obtido de Moraes uma vitória anterior, na última quinta-feira (13), com a remoção de um perfil na rede social X que chamou o presidente da Câmara de “estuprador” em letras maiúsculas.
A postagem viralizou em meio à repercussão da aprovação do regime de urgência para o PL do Aborto, arquitetada pela bancada evangélica com o apoio de Lira. Moraes aplicou uma multa de R$ 700 mil ao X pela demora em bloquear a conta da usuária chamada Amandinha, além de determinar que a rede social fornecesse ao STF os dados cadastrais da internauta.
Para a defesa de Lira, há um “movimento orgânico, encadeado, de divulgação de notícia mentirosa” e “altamente ofensiva”, com o “claríssimo propósito de desestabilizar não apenas a figura política” do parlamentar, mas também de “atingir o exercício da elevada função da Presidência da Câmara dos Deputados”. Os advogados do presidente da Câmara falam em um "ecossistema de desinformação e desconstrução de imagens".