Nesta segunda-feira, 15, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo sobre uma gravação obtida durante a investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal na Abin durante a gestão Bolsonaro.
O que aconteceu
Na gravação, a Polícia Federal afirma que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) discute com o general Augusto Heleno, então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e com Alexandre Ramagem, comandante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), sobre a investigação de uma possível rachadinha envolvendo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro.
O que diz a PF
Segundo a PF, a reunião abordou a proteção de Flávio contra investigações. De acordo com a transcrição da PF, Bolsonaro debate dados produzidos pela Receita Federal e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) com advogadas, o ministro do GSI e o comandante da Abin.
Conteúdo
Em determinado momento, Bolsonaro afirma que o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, prometeu resolver o caso de Flávio Bolsonaro em troca de uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). A Polícia Federal sugere que o áudio da reunião foi possivelmente gravado por Ramagem.
Justificativa
Conforme a decisão, os advogados de Richards Dyer Pozzer e Mateus de Carvalho Sposito, investigados pela Polícia Federal, solicitaram acesso aos autos do processo. Moraes atendeu ao pedido das defesas e destacou: "Ressalto, ainda, que, a eventual divulgação parcial – ou mesmo manipulação – de trechos da Informação de Polícia Judiciária nº 2404151/2024 (fls. 334-381), bem como da gravação nela referida, tem potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade."