'Moro não pode continuar se comportando como um czar', diz Lula

Petista diz que não vai permitir que difamem sua história

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Uma semana após ser condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que não vai permitir que difamem sua "história com uma mentira deslavada dessas".

"Não vou, depois de 70 e poucos anos de vida, permitir que meia dúzia de jovens mal-intencionados venham tentar jogar a minha imagem na lama", disse em entrevista à rádio Capital,  de São Paulo, na manhã desta terça-feira (18), na qual voltou a criticar as equipes da Operação Lava Jato .na Polícia Federal e no Ministério Público Federal, além do juiz federal Sergio Moro.

"O juiz Moro não pode continuar se comportando como um czar [termo usado por soberanos durante o Império Russo]. Ele faz o que quer, quando quer, sem respeitar o direito democrático, sem respeitar a Constituição. E não deixa a defesa falar", afirma o petista, que se diz indignado com a condenação.

"Quero provar que o Moro errou, que a equipe da Lava Jato errou. Mentiram demais", comentou.  "A desgraça de quem conta a primeira mentira é que é obrigado a contar milhares para justificar a primeira. Cabe a mim insistir que eles erraram".

Lula avalia que foi condenado em função do processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), sua sucessora no Planalto. "Eles deram um golpe [para a saída de Dilma]. Se eu voltar, o golpe não fecha", disse. "É por isso que eu vou brigar", citando que deseja disputar a Presidência em 2018.

Na última quinta-feira (13), em seu primeiro pronunciamento após a condenação, o petista confirmou que deseja disputar o Planalto.

Para o petista, seus "adversários e a Lava Jato" estão julgando o seu mandato de oito anos. "Quero defender aquilo que foi feito no Brasil. Temos condição de consertar o Brasil", falou Lula, defendendo a saída de Temer e antecipação da eleição presidencial a partir de uma emenda na Constituição. "Não dá nem para esperar 2018. A única solução para o Brasil seria convocar eleição direta".

A avaliação de Lula é de que o presidente Michel Temer (PMDB) "não tem autoridade moral para governar", nem condições de ficar no Planalto, citando a baixa aprovação do atual mandatário. "Esse país não pode ficar meses esperando uma eleição. A única coisa que pode acontecer aqui é antecipar eleições. Vamos transferir a responsabilidade para o povo outra vez. Não tem milagre".

Lula pede para que para as pessoas não percam a "paciência nesse país": "Temos que ter a esperança de que esse país pode voltar a gerar emprego, a ter esperança". Sua fala é a respeito de que, no Brasil,  tenta-se vender que "o que é público não vale nada, e o que é privado vale tudo"

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