A taxa de pessoas negras mortas pelas Polícias Civis e Militares de São Paulo aumentou 83% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Em contrapartida, as mortes de pessoas brancas também aumentaram, mas em uma proporção menor, de 59%. Os dados são de um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz com base em informações oficiais da Secretaria da Segurança Pública, sob a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
441 mortes, sendo 283 de negros
Nos primeiros oito meses de 2024, 441 pessoas foram mortas por agentes de segurança em serviço, contra 247 no ano anterior, o que representa um aumento de 78%. Do total de vítimas, 283 foram identificadas como negras (somando pardas e pretas), enquanto 138 foram definidas como brancas. Outros 20 casos não tiveram cor ou raça informadas. No ano anterior, 154 negros e 87 brancos foram mortos.
letalidade policial
Com isso, cerca de dois terços das mortes registradas neste ano (64% do total) são de pessoas negras, enquanto o percentual de mortes de pessoas brancas foi de 31%. Rafael Rocha, coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, afirmou que "a letalidade policial tem cor, tem endereço, tem gênero" e ressaltou que o percentual de vítimas negras de letalidade policial em serviço atingiu recordes nos últimos anos.
A diretora-executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, destacou que o aumento da letalidade está associado ao esvaziamento do programa de controle do uso da força pela Polícia Militar. Ela observou que, desde 2023, a política de segurança pública tem gerado mais mortes, mesmo sem novas operações, evidenciando um crescimento contínuo da letalidade policial no estado de São Paulo.
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